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Deutsche Bank tomba 7,4% com aumento de capital de 8 mil milhões

Depois de vários trimestres problemáticos, o banco liderado por John Cryan está decidido a implementar uma reestruturação que inclui venda de ativos, um aumento de capital, e um IPO da gestora de ativos.
6 Março 2017, 16h29

O maior banco da Alemanha anunciou este fim de semana que vai realizar um aumento de capital de 8 mil milhões de euros para conseguir manter o Postbank. O Deutsche Bank emitirá 687,5 milhões de novas ações, para obter 8 mil milhões de euros de aumento de capital.

O Credit Suisse, Barclays e Goldman Sachs, BNP Paribas, Commerzbank, HSBC, Morgan Stanley e UniCredit estão encarregados de montar a operação.

Na sequência dessa notícia as ações do Deutsche Bank estão a cair 7,39% para os 17,72 euros por ação, arrastando o índice alemão (-0,84%) para os 11.925,93 pontos.

“Com este aumento de capital, o Deutsche Bank quer atingir um rácio de core capital de 14,1% – CET1 – e um rácio de alavancagem de 4,1%”, disse o banco alemão em comunicado.

Segundo a imprensa internacional o conselho de administração do Deutsche Bank decidiu, após a aprovação pelo conselho de supervisão, que o seu Postbank, com cerca de 14 milhões de clientes e um dos maiores bancos de retalho na Alemanha, será fundido com o negócio de private banking e de banca de empresas do banco.

Além disso, o Deutsche Bank vai fazer um IPO (Oferta Pública Inicial) da área de gestão de activos, acrescentou o comunicado que anuncia a colocação de uma participação minoritária da Deutsche Asset Management em bolsa.

Com este IPO e outras vendas de participadas o banco líder na Alemanha espera encaixar cerca de 2 mil milhões de euros.

O Deutsche Bank vai concentrar a sua actividade em três áreas, incluindo a banca comercial e banca privada (private banking); a gestão de activo através da Deutsche Asset Management, e uma área integrada de banca de investimento com banca de empresas.

Por outro lado, o Deutsche Bank pretende reduzir sua base de custos, incluindo Postbank, cerca de 22.000 milhões para 2018, em comparação com 24.100 milhões de euros em 2016. A este respeito, a empresa espera incorrer em custos de reestruturação e subsídios dos cerca de 2 mil milhões de euros, a maioria dos quais são contados entre 2017 e 2019.

“Nossas decisões são um passo importante para o Deutsche Bank ficar mais forte e crescer novamente receitas e lucros”, disse o presidente do conselho de administração, John Cryan. “O aumento de capital vai melhorar significativamente a nossa solidez financeira”, acrescentou.

Recorde-se que no terceiro trimestre do ano passado o Deutsche Bank estava em risco de ser intervencionado. Isto surgiu na sequência do processo em que o Deutsche Bank estava envolvido nos Estados Unidos, que queriam multar o banco em 14 mil milhões de dólares para encerrar um processo ligado ao subprime, que provocou a crise de 2008 – esta era a multa mais alta alguma vez aplicada a um banco estrangeiro.  O Deutsche Bank acabou por acordar pagar 7,2 mil milhões de dólares para encerrar o caso com o Departamento de Justiça norte-americano, no fim do ano.

O FMI chegou a classificá-lo como sendo o banco com maior risco para a Europa: “Entre os bancos globais de importância sistémica [G-SIB], o Deutsche Bank aparenta ser o maior contribuinte líquido para riscos sistémicos, logo seguido do HSBC e do Credit Suisse” era referido no relatório Financial Sector Assessment Program.

A chanceler alemã Angela Merkel afastou na altura a possibilidade de uma ajuda de estado ao Deutsche Bank.

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