Numa carta aberta, 10 antigos dirigentes alertam o primeiro-ministro Michel Barnier e denunciam o que apelidam de “uma política ruinosa de desenvolvimento massivo das energias renováveis”.
Os 10 signatários da longa carta são, Henri Proglio, ex-presidente da EDF; Hervé Machenaud antigo CEO da EDF; André Merlin, ex-presidente fundador da RTE; Michel Rousseau, presidente da Fundação Concorde; Xavier Moréno, Presidente do Círculo de Estudos sobre Realidades Ecológicas e Matriz Energética; Louis Gallois, ex-líder empresarial, ex-Comissário Geral de Investimentos; Bernard Accoyer, ex-presidente da Assembleia Nacional, presidente do Património Nuclear e Clima; François Goulard, antigo Ministro do Ensino Superior e da Investigação; Christian Gérondeau, alto funcionário público francês e ex-delegado interministerial para a segurança rodoviária; e Fabien Bouglé, ensaísta, especialista em política energética.
“Nós, ex-ministros, ex-parlamentares, ex-líderes empresariais e de produção de electricidade, líderes de grupos de reflexão e especialistas em questões energéticas, denunciamos com esta carta a extrema seriedade com que a França prossegue a política energética proposta pelo projecto de Programação Plurianual de Energia recentemente publicado pelo DGEC. Denunciamos a continuação da instalação forçada de aerogeradores marítimos ou terrestres, ou de painéis solares que em nada servem a descarbonização do nosso país, uma vez que, graças à energia nuclear e hidráulica, a electricidade é abundante e já 95% descarbonizada”, lê-se na carta.
Falam de “ilusão espalhada pelos relatórios oficiais da RTE de que as energias renováveis intermitentes e a energia nuclear são complementares e que a produção de electricidade totalmente dependente do clima e impossível de armazenar em grande escala pode oferecer aos franceses a segurança do fornecimento de electricidade “.
Criticam as “garantias de preços concedidas aos produtores desta electricidade intermitente que lhes dão acesso prioritário ao mercado da electricidade”, porque dizem, “distorcem as regras de fixação de preços, desestabilizam os mercados até ao ponto de preços negativos e prejudicam a EDF, que deve abrandar a sua produção nuclear para permitir o fluxo excedente de electricidade eólica e solar, suportando ao mesmo tempo todos os custos fixos das suas centrais nucleares”.
“Denunciamos a inflação dos preços da electricidade, para particulares e empresas, que é gerada nomeadamente pelos custos de ligação e adaptação das redes eléctricas a estas produções intermitentes espalhadas pelo território, financiadas pelos consumidores e não pelos produtores”, referem também.
Entre outras coisas dizem que “denunciamos os efeitos climáticos anti-sociais e desfavoráveis desta política que aumentou o preço da electricidade em 120% em 12 anos, tornando a electrificação do seu aquecimento e ainda mais electricidade inacessível às famílias francesas mais desfavorecidas, ao mesmo tempo que enriquece os produtores”.
São contundentes a dizer que “denunciamos as pressões exercidas sobre a França, em particular através de directivas europeias que se recusam a ter em conta o contributo da energia nuclear para a descarbonização e sancionam financeiramente a França, para impor o modelo alemão de transição energética de “Energiewende” cujo fracasso é óbvio a nível económico. Não, a França não está de forma alguma “atrasada” e – ao contrário do seu vizinho do outro lado do Reno – emite, graças à sua energia nuclear, muito pouco CO2 para produzir electricidade”.
Dizem mesmo que “esta política ruinosa, cujo fracasso é evidente na Alemanha, serve apenas alguns interesses particulares, principalmente estrangeiros, à custa da economia francesa, dos consumidores e dos contribuintes franceses”.
Os signatários são contra o movimento anti-nuclear e pró-energia eólica.
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