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DHL quer que novo aeroporto resolva problema da logística

José Reis, CEO da empresa em Portugal, considera que um aeroporto mais próximo de Lisboa seria benéfico para todos os operadores, mas congratula-se pelo facto de já ter sido tomada uma decisão. Sobre a estratégia da DHL para 2025 o objetivo passa por aumentar as receitas em 10% e converter 60% da frota em veículos elétricos, tendo já adquirido dois aviões elétricos que serão entregues até 2026, com uma capacidade de carga próxima de 1,2 toneladas.
17 Setembro 2024, 07h30

A escolha de Alcochete para localização do novo aeroporto de Lisboa é vista com bons olhos por parte da operadora logística DHL. Em declarações ao JE, o CEO da empresa em Portugal, José Reis, acredita que o espaço vai satisfazer as necessidades da indústria, realçando que quanto maior for a proximidade com a cidade, mais benefícios trará para este setor. “Traz vantagens para todos os operadores, mas fico satisfeito por saber que foi tomada uma decisão e ficarei ainda mais satisfeito se essa decisão contemplar aquilo que são as necessidades de empresas como a DHL”, refere.

A operadora logística inaugura esta terça-feira o novo terminal de carga aérea da DHL no aeroporto Francisco Sá Carneiro, na cidade do Porto, num investimento superior a 25 milhões de euros. “É uma infraestrutura com três vezes mais capacidade do que tínhamos anteriormente e que posiciona sobretudo a região o norte do país de uma forma bastante diferente, no sentido em que esta infraestrutura irá permitir oferecer ainda mais qualidade de serviço aos exportadores e também aos importadores”, afirma José Reis.

De resto, o responsável realça que as infraestruturas aeroportuárias são de capital importância para o país, e que a cidade do Porto está atualmente bastante bem servida para aquilo que é a realidade do Norte. “Não estou com isto a dizer que daqui a dez anos não tenham que reavaliar a situação”, diz, acrescentando que em relação a Lisboa a decisão do novo aeroporto foi bastante oportuna, porque o atual está numa situação de estrangulamento.

“As infraestruturas aeroportuárias são muito importantes, assim como as rodoviárias, mas essas, felizmente, acho que são suficientemente capazes de responder às necessidades do país. Ao nível dos aeroportos, nomeadamente em Lisboa, acho que é urgente resolver a situação”, refere o CEO.

Contudo, o responsável defende que esta situação de estrangulamento em Lisboa não está relacionada com a aposta na nova infraestrutura no aeroporto Francisco Sá Carneiro, assumindo que a DHL tem interesse em construir na capital um espaço de dimensão superior no aeroporto Humberto Delgado. “É um investimento de 51 milhões de euros. O terreno está identificado, as negociações estão do ponto de vista do que é necessário fazer entre a DHL e a ANA estão praticamente fechadas”, diz.

No entanto, a construção desta infraestrutura não invalida a intenção de uma outra em Alcochete. “Aquilo que vai acontecer é que vamos ter duas infraestruturas na Grande Lisboa, uma em Alcochete e outra na Portela”, sublinha José Reis, explicando que as negociações com a autarquia de Lisboa estão a decorrer.

“Há questões de licenciamento relacionadas com a Câmara que as emite e é nisso que atualmente estamos a trabalhar. Esteve praticamente a ser licenciado, entretanto, houve as alterações que todos conhecemos no Executivo. A Câmara mostra-se bastante interessada em ter esta infraestrutura logística em Lisboa e é nisso que nós atualmente estamos a trabalhar. Há uma boa recetividade por parte deste Executivo, mas claro, que estamos a aperfeiçoar o projeto para que possa ser aprovado”, afirma José Reis.

O CEO mostra-se otimista de que até ao final deste ano terá uma resposta positiva sobre este projeto, destacando a vontade que o atual Governo em que o mesmo seja concretizado. “Vamos ver se não há mais contrariedades. São projetos importantes para a cidade e para o país, porque ajudam a dinamizar a economia, criam postos de trabalho, muitos deles altamente qualificados e por isso, acho que há todo o interesse, não apenas por parte da DHL, mas por parte do executivo camarário e do próprio Governo”, salienta.

Sobre a estratégia da empresa para o próximo ano, José Reis aponta para a transição energética dos veículos da operadora. “Temos uma meta que queremos atingir ao converter 60% da nossa frota até 2025. A DHL comprou dois aviões elétricos que vão ser entregues em 2026. São aviões pequenos, com uma capacidade de carga próxima das 1.2 toneladas”, refere, acrescentando que o outro objetivo passa pelo crescimento no volume de receitas.

“Aquilo que posso dizer é que contamos com crescimentos em 2025 superiores aos que estamos a ter em 2024. Este ano vamos terminar com um crescimento acima entre os 5% e 8%. Para 2025 tudo aponta que para seja definido um crescimento acima dos 10% de receitas”, afirma o CEO.

Atualmente com perto de 700 trabalhadores espalhados pelo país, José Reis salienta que a falta de mão de obra não é um problema que se coloca na DHL. “As pessoas continuam a ser do ponto de vista do grupo, o maior fator diferenciador. Nós conseguimos atrair e reter pessoas com bastante facilidade. Claro que tudo isto resulta do facto de que nós temos, ao longo dos anos, investido muito nas pessoas”, conclui.

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