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Dieselgate: condenado a sete anos de prisão antigo executivo da Volkswagen

Oliver Schmidt, que já é a segunda pessoa a ser enviada para a prisão devido ao Dieselgate, foi enviado da Alemanha para os EUA, em 2015, para se reunir com reguladores californianos desconfiados.
7 Dezembro 2017, 09h58

Oliver Schimdt, antigo executivo da Volkswagen (VW), foi condenado a sete anos de prisão, devido ao escândalo Dieselgate. O alemão, que já se tinha declarado culpado no verão de 2016, é a segunda pessoa a receber ordem de prisão da justiça norte-americana, por causa da fraude das emissões de gases poluentes.

O antigo executivo foi enviado da Alemanha para os EUA, em 2015, para se reunir com reguladores californianos, que já andavam desconfiados sobre o caso. Mas não revelou a existência de programas informáticos clandestinos que tinham levado as autoridades a acreditarem que a VW estava a cumprir com os limites de emissões em cerca de 600 mi veículos.

Schmidt enganou também os investigadores norte-americanos e destruiu documentos.

“Estou seguro, baseado no senso comum, que você viu este encobrimento como uma oportunidade para brilhar — para subir na carreira na VW”, afirmou o juiz Sean Cox, acentuando: “O seu objetivo era impressionar os gestores seniores”.

O juiz designou Schmidt, que liderou o departamento de engenharia e ambiente da VW no Estado do Michigan durante três anos, como um “conspirador chave” na fraude.

“Sem confiança na América empresarial, a economia não pode funcionar””, afirmou Cox.

Os veículos a diesel eram programados para apresentar alguns resultados nos controlos de poluição, mas apenas quando estavam a ser testados, não durante o desempenho normal nas estradas.

O plano foi concebido em 2006 e os veículos foram promovidos como tendo “combustível limpo”.

O procurador Bem Singer, do Departamento de Justiça, considerou que isto era “o cúmulo da ironia”.

Schmidt, de 48 anos, foi detido em Miami, em janeiro, quando procurava regressar à Alemanha, depois de um período de férias. Tem estado detido sem caução.

“Pela perturbação na minha vida, apenas me devo queixar de mim… Aceito a responsabilidade pelos erros que cometi”, disse Schmidt ao juiz.

O engenheiro James Liang cooperou com o FBI e foi sentenciado a 40 meses de prisão no último verão. Outros responsáveis da VW também foram acusados, mas estão na Alemanha e fora de alcance das autoridades norte-americanas.

A VW declarou-se culpada, enquanto empresa, em março, pelo que teve de pagar 4,3 mil milhões de dólares (3,6 mil milhões de euros) em penalidades civis e criminais, além de mais milhares de milhões que teve de gastar na compra das viaturas com o software fraudulento.

Os advogados de Schmidt argumentaram que a sua sentença deveria ser idêntica à de Liang, destacando que o seu papel só teve importância em 2015, nos últimos meses do escândalo.

Mas Singer contrapôs que Schmidt continuava a ser um dos principais agentes em acontecimentos relevantes e “mentiu e enganou” de propósito.

“Ele poderia ter feito uma série de outras coisas”, constatou Singer

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