A primeira ação judicial coletiva na Europa contra a Volkswagen pelo software fraudulento que manipulava as emissões poluentes dos seus automóveis a gasóleo arranca na segunda-feira na Alemanha.
A ação é liderada pela Associação Alemã de Organizações de Consumidores (VZBV) e pelo Clube de Automobilistas da Alemanha (ADAC), avança a agência espanhola EFE este domingo, 29 de setembro.
Ao contrário dos Estados Unidos, onde o grupo alemão procedeu à compensação dos clientes afetados, na Europa não houve lugar a qualquer compensação, exceto em alguns casos julgados avulso.
A ação quer provar que os proprietários dos veículos com o software fraudulento viram os valores dos automóveis a recuarem devido ao dieselgate, exigindo agora uma compensação.
O processo poderá durar anos até à sua conclusão. A Volkswagen recusou chegar a um pré-acordo judicial, e preferiu avançar para julgamento.
Cerca de 11 milhões de veículos em todo o mundo foram afetados pelo escândalo dieselgate do grupo Volkswagen, oito milhões só na Europa.
Em Portugal, a associação de consumidores Deco avançou com uma ação coletiva contra a Volkswagen Portugal e outra empresas do grupo em outubro de 2016, que apresentaram a sua oposição ao caso já este ano. Uma audiência preliminar deverá ter lugar antes de dezembro de 2019, segundo a Associação de Consumidores Europeus (BEUC). Segundo a lei portuguesa, a Deco representa automaticamente todos os consumidores portugueses afetados perante a justiça.
Cerca de 125 mil automóveis do grupo Volkswagen em Portugal foram afetados pelo dieselgate. No início de 2019, faltava realizar a intervenção de reparação do software fraudulento em cerca de 15% dos automóveis afetados.
O presidente da VZBV mostrou-se optimista em relação ao desfecho do caso, assegurando que é “possível que o dinheiro chege rapidamente”, segundo Klaus Müller. Até ao momento, existem quase 469 mil condutores inscritos nesta ação coletiva.
Como trunfo, a acusação vai usar a recente sentença de um tribunal alemão que obrigou a Volkswagen a indemnizar o proprietário de uma Sharan com 26 mil euros, com a empresa a recorrer da decisão.
Por sua vez, a Volkswagem vai apresentar um estudo da consultora Deloitte. O estudo aponta que os modelos afetados não desvalorizaram depois de o escândalo ter sido divulgado em setembro de 2015, mas somente a partir do terceiro trimestre de 2017, após ter sido noticiado a possível circulação de alguns carros a gasóleo na Alemanha.
https://jornaleconomico.pt/noticias/dieselgate-deco-exige-a-ursula-von-der-leyen-que-pressione-a-volkswagen-para-indemnizar-consumidores-lesados-490964
Taguspark
Ed. Tecnologia IV
Av. Prof. Dr. Cavaco Silva, 71
2740-257 Porto Salvo
online@medianove.com