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Digital ganha terreno na oferta formativa das escolas de negócios

Os executivos têm de estar cada vez mais preparados para um mundo que é digital, está inundado de dados e onde a concorrência é global. O Jornal Económico foi conhecer a oferta das escolas de negócios para executivos e gestores de hoje e conta-lhe o que encontrou.
18 Maio 2019, 17h00

Está em marcha uma transformação digital que vai alterar profundamente todas as dimensões da sociedade. Trata-se não apenas de tecnologia, robótica ou inteligência artificial, mas sobretudo das pessoas.

Como se vive e trabalha num admirável mundo novo de bits e bytes? Para se manterem competitivas e, no limite, vivas, as empresas terão de formar e capacitar, de um modo geral, todos aqueles que nelas trabalham, independentemente da posição que ocupam. No futuro, que é já a seguir, será sempre preciso saber mais.

A formação para executivos desempenha um papel importante nesse mundo e nesse futuro. O facto pode ser comprovado por um aumento da procura pelos programas na área digital. A procura está em alta e, assim, vai manter-se nos próximos meses e anos, conforme O Jornal Económico pode comprovar junto das principais escolas de negócios portuguesas.

Em muitos casos, as necessidades que chegam do mercado determinam o rumo das escolas de negócios. “Na realidade, procuramos desde sempre acompanhar as tendências e as mais recentes necessidades do mercado, e a aproximação das empresas às universidades é evidente e representa benefícios para ambas as partes”, salienta Céline Abecassis-Moedas, diretora da Formação de Executivos da Católica-Lisbon, ao Jornal Económico.

A responsável pela escola de formação de executivos melhor sucedida do país, considera fundamental a aposta no customer-centricity. “Estamos constantemente atentos às necessidades das empresas e dos mercados e assim podemos oferecer serviços de formação alinhados com essas necessidades, e, ao mesmo tempo, trazer ideias novas ao mundo empresarial através de uma educação inovadora”, explica.

Céline Abecassis-Moedas revela ainda que a Católica-Lisbon tem em preparação um conjunto de novidades muito relevantes. Entre o que está a caminho conta-se o lançamento de programas em temáticas como inteligência artificial, blockchain, responsible business, gestão de conflitos ou women in business.

No ISEG Executive Education, que faz parte do Instituto Superior de Economia e Gestão, única escola de negócios da Universidade de Lisboa, a formação executiva especializada tem vindo a crescer e a aposta vai redobrar. “Em face das mudanças que se verificam no perfil e necessidades dos profissionais que procuram investir na atualização e enriquecimento da sua formação, procurámos este ano renovar a estrutura e duração das pós-graduações, salvaguardando o seu rigor académico”, explica Catarina Paiva, diretora-executiva do ISEG-Executive Education.

Ao Jornal Económico, esta responsável revela que, a partir deste ano, “emergirá também uma nova oferta na área da formação executiva, que tem tido por parte de gestores e executivos uma procura crescente.” A escola de formação de executivos da maior universidade do país prepara-se assim para lançar um novo portefólio de programas executivos, que abarcará várias áreas, com destaque para o digital e outras mais tradicionais em que dá cartas, como marketing, liderança e finanças.

De tudo um pouco

Escola com pergaminhos na formação executiva e reconhecimento internacional, o INDEG-ISCTE lança este ano 26 novos programas, dos quais 25 são de curta duração. A inovação é transversal ao conteúdo e à forma, conforme explica José Crespo de Carvalho, presidente da comissão executiva do INDEG-ISCTE ao Jornal Económico. “Temos, tanto temas de liderança como temas de gamificação, temas financeiros como temas de storytelling. Há de tudo um pouco. Lá está, há um blend e uma escolha em aberto que permite lutar por uma posição ímpar no co-desenho e na co-entrega às empresas”.

A curta duração é uma tendência que tem vindo a afirmar-se, de forma geral, no mercado português, o que é justificado pelo custo/benefício num mundo veloz que exige permanente atualização. Tem a vantagem de responder a necessidades pontuais com relativa urgência e custar menos.

Entre as novidades a lançar pela escola de formação de executivos do ISCTE, ao longo do ano encontram-se temáticas como digital, analytics e soft skills. Além destas, áreas mais tradicionais da casa como finanças e contabilidade, economia e gestão geral operações e tecnologia também são contempladas.

No digital, destacamos a título de exemplo um programa na área da gamificação, que visa, entre outros, ajudar a compreender a problemática dos negócios digitais, percecionar a temática dos jogos nas organizações, saber como adotar uma estratégia de gamificação e atuar sobre casos práticos de sucesso e insucesso e os seus riscos. O curso tem a duração de 16 horas, realiza-se em horário pós-laboral e é lecionado em português.

A Universidade Lusófona, instituição privada com forte tradição na área das novas tecnologias e segurança a elas associadas, tem como principais novidades este ano os programas avançados em Liderança e Transformação digital e o programa avançado em Cibersegurança, revela Manuel José Damásio, administrador adjunto. Ambos são oferecidos pela Lusófona Information Systems School – LISS, escola orientada para a formação de executivos em tecnologias digitais da universidade.

Oferta no Porto

Uma grande mão cheia de novidades é o que nos oferece a Católica Porto Business School este ano letivo. Tome-se como exemplo o programa Business Analytics. Num mundo em que a quantidade de dados ao dispor das empresas tem um crescimento exponencial, analytics é a possibilidade de utilizar dados para tomar decisões mais eficientes e criar outros modelos de negócios. O programa da Católica Porto tem por base sessões eminentemente  aplicadas, sendo os casos práticos a principal ferramenta de aprendizagem. A escola garante que no final do programa, “os alunos estarão aptos a compreender a vantagem da tomada de decisão com base em dados” e terão melhorado a sua proficiência na utilização do Excel, RapidMiner e PowerBI.

A Criação de Valor através do Procurement, Gestão Comercial, Fidelização e Segmentação de Clientes, “Mergers & Acquisitions”, este último em parceria com a consultora PwC, são outras novidades do portefólio desta escola de negócios, revela Ana Côrte-Real, associate Dean da Católica Porto Business School ao Jornal Económico. A lista de inovações com que esta escola se propõe surpreender o mercado inclui ainda a pós-graduação em Contabilidade e Finanças para Juristas, no Funchal, e a restruturação da oferta na área de Gestão de Projetos.

A diretora de Marketing e Comunicação da Universidade Portucalense, Cláudia Carvalho diz ao Jornal Económico que “o sucesso” dos programas de formação executiva existentes faz com que a maior parte se mantenha. É o caso do MBA para Gestores de PME, que abrirá a 11ª edição em outubro próximo. As novas necessidades formativas obrigam, no entanto, a uma “atualização sistemática” dos cursos, em termos de conteúdos, modelos e ferramentas.

Assim, a Portucalense vai lançar um short master executivo em Direito e Gestão, e uma nova Formação Aplicada: dois caminhos uma estratégia – Transformação Digital. A instituição também se prepara para lançar um inovador programa de doutoramento em Ciências Empresariais, em parceria com cerca de duas dezenas de grandes empresas. “Trata-se de um doutoramento colaborativo entre a indústria e a academia, que visa dar resposta a desafios concretos das empresas. A proximidade às empresas é, aliás, um fator diferenciador desta universidade privada.

A Porto Business School da Universidade do Porto, uma das maiores escolas de negócios do país, tem vindo a reforçar as áreas digital e de inovação. Ao programa “Digital Business Transformation”, lançado no final de 2018, acresce o reforço da parceria realizada com o IDC e o lançamento já este ano de “The Design Thinking Experience”. A caminho está mais uma novidade: “The Innovation Decision Bootcamp”, um programa de imersão de uma semana, no CERN, o local onde nasceu a internet, responsável pelo famoso acelerador de partículas. A data escolhida para a sua realização é o último quadrimestre deste ano.

A Universidade da Madeira, instituição de ensino superior desta Região Autónoma, tem um portefólio rico na área do turismo, principal atividade económica da região onde se insere.

O seu Executive Training Programme in Tourism Management 2019 tem, segundo se pode ler no site da universidade, “um corpo docente de renome nacional e internacional, ao qual compete “estruturar e fazer funcionar quatro cursos breves. Estas formações estão dirigidas a quadros médios ou superiores de empresas ou de organizações, com ou sem formação académica superior, que pretendam adquirir conhecimentos em técnicas de gestão aplicadas ao setor. Realizam-se em maio, junho, setembro e outubro de 2019.

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