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“Direita extremista quer ressuscitar passado de triste memória”. Ferro Rodrigues repudia ameaças a deputadas

O presidente do Parlamento, Eduardo Ferro Rodrigues, volta a alertar que a direita populista e extremista está a tentar “ressuscitar” uma “agenda antidemocrática” com estes ataques e condena quaisquer “atos racistas e fomentadores do ódio”.
  • Miguel A. Lopes/Lusa
13 Agosto 2020, 16h27

O presidente do Parlamento, Eduardo Ferro Rodrigues, manifestou esta quinta-feira “um enorme sentimento de repúdio” face às ameaças dirigidas a três deputadas da Assembleia da República. Eduardo Ferro Rodrigues volta a alertar que a direita populista e extremista está a tentar “ressuscitar” uma “agenda antidemocrática” com estes ataques e condena quaisquer “atos racistas e fomentadores do ódio”.

“A tentativa de intimidar deputados e ativistas políticos reveste-se de gravidade suficiente para que, enquanto Presidente da Assembleia da República, não possa – nem queira – deixar de a condenar, manifestando também todo o meu apoio aos visados”, indica Eduardo Ferro Rodrigues, num comunicado emitido após ter sido noticiado que a Policia Judiciária (PJ) está a investigar as ameaças dirigidas a três deputadas e à SOS Racismo.

As ameaças foram enviadas por email para as duas deputadas do Bloco de Esquerda (BE) Beatriz Gomes Dias e Mariana Mortágua e para a deputada não-inscrita Joacine Katar Moreira. No email enviado pela denominada “Nova Ordem de Avis – Resistência Nacional”, o remetente insta as deputadas a abandonar as suas funções políticas e a deixar o país em 48 horas, sob pena de serem tomadas medidas “contra estes dirigentes e os seus familiares”.

Ao que se sabe, o referido email terá sido enviado também a Mamadou Ba, dirigente da associação SOS Racismo, e a mais seis membros da associação.

Eduardo Ferro Rodrigues diz que “foi com um enorme sentimento de repúdio” que tomou conhecimento da ameaça dirigida às deputadas e membros da organização antirracista “por parte de um grupúsculo de extrema-direita”. O presidente do Parlamento sublinha ainda que estes atos podem “constituir um crime, situação que, conforme é público, já está a ser investigada por parte das autoridades judiciárias“.

“Como tenho vindo a alertar, a direita populista e extremista está a tentar, em muitas democracias consolidadas, ressuscitar do passado de triste memória uma agenda antidemocrática. Este tipo de atos racistas e fomentadores do ódio é ilustrativo disto mesmo, merecendo, por isso, a mais veemente condenação de todos os democratas e da Assembleia da República”, frisa o presidente da Assembleia da República.

Eduardo Ferro Rodrigues manifestou ainda a sua “total solidariedade e disponibilidade” para com as deputadas e demais visados e afirmou que tem “inteira confiança nas deputadas e nos deputados do nosso Parlamento, guardiões da nossa Democracia, para saber que nunca deixarão os seus atos e as suas opiniões serem condicionadas por vãs tentativas de intimidação por grupúsculos inimigos dos Direitos e das Liberdades Fundamentais”.

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