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Diretiva Netflix: Cofina quer apostar na criação de conteúdos para exportar

À boleia das novas regras europeias que exigem que plataformas como a HBO ou a Netflix tenham 30% de conteúdos europeus, a Cofina espera “intensificar a criação de conteúdos de perfil exportador”, após a compra da Media Capital, dona da Plural, produtora de conteúdos.
  • CEO da Cofina, Paulo Fernandes
21 Setembro 2019, 18h51

A Cofina quer apostar na criação de conteúdos para vender lá fora através das plataformas de conteúdos a pedido, como a Netflix ou HBO. Este é um dos planos da empresa após a concretização da compra da dona da TVI e da TVI 24.

Além das estações de televisão, a Media Capital inclui diversos rádios – como a Rádio Comercial -, mas também a Plural, produtora de conteúdos de onde saem as telenovelas da TVI, que já conquistaram dois prémios Emmy: “Meu amor” em 2010, e “Ouro verde” em 2018. No seu portefólio, além da telenovelas, a Plural também conta com séries, filmes, telefilmes e programas.

“No que diz respeito à atividade de produção, o caminho passará por intensificar a criação de conteúdos de perfil exportador, tendo em vista a transposição para a legislação nacional da designada “diretiva Netflix””, pode-se ler no comunicado divulgado pela Cofina este sábado, 21 de setembro, depois de confirmado o acordo para a compra da Media Capital.

Já a CMTV, televisão do grupo Cofina, estreou este ano a sua primeira novela, “Alguém perdeu”, com a produção da SP-Televisão, que também trabalha com a SIC.

A empresa liderada por Paulo Fernandes está à espera que o Governo português transponha para a legislação nacional a diretiva que foi aprovada pelo Parlamento Europeu em outubro de 2018, que aprovou novas regras para o setor audiovisual.

Esta diretiva estabelece que fornecedores de conteúdos a pedido – como a Netflix, HBO, ou Amazon Prime Video -, devem “promover a produção e a distribuição de obras europeias”, segundo o Parlamento Europeu. Assim, pelos menos 30% dos catálogos destes serviços têm de ser constituídos por conteúdos produzidos na União Europeia. A diretiva Netflix também prevê que os estados membros possam exigir uma contribuição financeira aos fornecedores de conteúdos a pedido para investir na produção dos conteúdos europeus.

Em fevereiro deste ano, a antiga presidente executiva da Media Capital defendeu a necessidade de transposição da diretiva Netflix para a legislação nacional.

“Espero que o Governo perceba que é muito importante transpor a diretiva europeia de conteúdos. Tenho muita convicção de que a Plural pode produzir séries ou novelas para a Netflix em português”, disse Rosa Cullell a 25 de fevereiro num encontro com jornalistas, citada pelo Eco.

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