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Diretor da CIA encontrou-se com líder talibã em Cabul

William Burns manteve um encontro secreto com o líder talibã Abdul Ghani Baradar em Cabul, para tentar encontrar uma plataforma, por mínima que seja, de entendimento para que o processo de saída de tropas e civis estrangeiros não se transforme num drama.
24 Agosto 2021, 12h37

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, enviou ao Afeganistão o diretor da CIA para se encontrar secretamente com o chefe dos Talibã na passada segunda-feira, naquele que é para já o encontro diplomático de mais alto nível desde que o grupo radical assumiu o controlo do país, avança o jornal Washington Post desta terça-feira.

Citando autoridades norte-americanas não identificadas, o jornal adianta que que o diretor da CIA, William Burns, se encontrou com o líder talibã Abdul Ghani Baradar em Cabul, enquanto a administração da Casa Branca continua os seus esforços para evacuar cidadãos norte-americanos e de outros países aliados.

A iniciativa dos Estados Unidos revela até que ponto é importante para Joe Biden que as relações com os Talibãs entrem num caminho o mais possível normalizado, na tentativa de não haver qualquer motivo de tensão entre o novo poder em Cabul e tropas e cidadãos estrangeiros que se encontram de saída.

O encontro com a CIA tornou-se fundamental numa altura em que a comunidade internacional pede com insistência que as tropas norte-americanas permaneçam no país depois de 31 de agosto e até que a saída de cidadãos fique normalizada, ao mesmo tempo que os Talibãs fizeram saber que não tolerariam essa presença para lá desse dia. Se não for resolvido, este impasse pode tornar-se no pormenor que deitará tudo a perder em termos do relacionamento futuro entre os Talibãs e a comunidade internacional.

O caos generalizado pontuado por violência esporádica que tomou conta do aeroporto de Cabul, com tropas ocidentais e seguranças afegãs afastando multidões desesperadas para fugir após a tomada da capital afegã pelos Talibãs em 15 de agosto, continua a ser o dia-a-dia da infraestrutura.

Os países que evacuaram cerca de 50 mil pessoas nos últimos 10 dias estão a tentar cumprir o prazo acordado com os Talibãs para a retirada de forças estrangeiras.

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