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Dívida pública volta a crescer e passa os 280 mil milhões de euros pela primeira vez

É um novo máximo para o valor em dívida em termos absolutos. Já o rácio em função do PIB mantém-se distante dos valores registados na altura da pandemia, mas também subiu e já superou os 97%, isto quando a AD prevê uma queda para 91% este ano.
3 Junho 2025, 07h00

A dívida pública portuguesa voltou a crescer em abril pelo quinto mês consecutivo e já está acima de 280 mil milhões de euros em valor absoluto, barreira psicológica ultrapassada pela primeira vez.

De acordo com os dados do Banco de Portugal (BdP) divulgados esta segunda-feira, o stock de dívida pública cresceu 2,6 mil milhões de euros em abril, marcando assim o quinto mês consecutivo de subidas no indicador e chegando a 280,9 mil milhões de euros. Em novembro do ano passado, o total de dívida pública estava em 269,2 mil milhões – ou seja, o montante cresceu 11,7 mil milhões em cinco meses.

O anterior máximo em termos absolutos havia sido registado em julho de 2023, quando a dívida pública chegou a 279,8 mil milhões de euros.

Segundo o comunicado do BdP, a subida deveu-se a um aumento dos títulos de dívida de 2,3 mil milhões de euros e dos certificados de aforro de 0,5 mil milhões de euros, que foi parcialmente compensada pela redução dos empréstimos e dos certificados do Tesouro, ambos por 0,1 mil milhões de euros.

Olhando em termos absolutos, e apesar de se manter distante dos máximos absolutos de 134,1% em 2020, o rácio de dívida pública volta a aproximar-se dos 100%. Considerando já o crescimento do 1º trimestre, quando o PIB caiu em termos reais e na comparação com o período anterior, o indicador de referência quanto à saúde das finanças públicas fica em torno de 97,3%.

O ano passado fechou com este indicador em 94,9%, fruto de quatro anos seguidos de redução e contando com crescimentos robustos desde 2021, que ajudaram a diminuir o rácio apesar da subida do stock de dívida pública. Para 2025, o programa eleitoral da AD previa uma leitura de 91%, um resultado mais ambicioso do que os 93,3% projetados no Orçamento do Estado para 2025 (OE2025).

Deduzida dos depósitos das administrações públicas, que chegaram a 20,4 mil milhões de euros no mês em análise, a dívida pública aumentou mil milhões de euros, chegando a 260,4 mil milhões.

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