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Do colchão de solteiro ao quarto sem janelas: o quotidiano de Assange na Embaixada do Equador

Em 2013, o realizador John Hiscock falou com Julian Assange para o retratar no filme “O Quinto Poder”. Depois do filme, Hiscock contou ao ‘The Telegraph’ como era o quotidiano do fundador da WikiLeaks na Embaixada do Equador em Londres.
Peter Nicholls / Reuters
11 Abril 2019, 16h42

Foi por causa do filme “O Quinto Poder” que o realizador John Hiscock soube como o fundador da WikiLeaks, Julian Assagen, vivia na Embaixada do Equador em Londres, onde este se refugiou em 2012.

O filme baseado na vida de Assange deu o mote para Hiscock descrever no jornal ‘The Telegraph’, em 2013, como o fundador da WikiLeaks vivia neste espaço. “Já passámos por muito juntos e percebemos que estamos todos juntos nesta situação”, revelou via Skype.

“Alguns empregados estão aqui há quase 20 anos. Nós almoçamos juntos, celebramos os aniversários e outros detalhes que não posso revelar por questões de segurança”, disse Assange ao realizador. “Obviamente que o ambiente de trabalho mudou muito porque ainda há polícia nas redondezas da embaixada e é uma situação complicada para os empregados”.

Durante os sete anos em que viveu na embaixada do Equador em Londres, Assange ficava num pequeno quarto, sem acesso a janelas. Com um colchão de solteiro, acesso a um computador com internet, passadeira para fazer exercício, telefone, uma lâmpada e uma pequena cozinha, a vida de Assange estava trancada num quarto em que só ele podia entrar devido a um cadeado com medidas biométricas. Ainda assim, quando questionado sobre se aprendeu a falar espanhol, Assange disse que “no jornalismo de investigação é sempre melhor, se tivermos capacidades linguísticas, nunca as revelarmos”.

Foi visitado pelo cantor Graham Nash, Yoko Ono, Sean Lennon, pelos atores Peter Sarsgaard, Maggie Gyllenhaal e John Cusack e pela rapper M.I.A. “Tem sido interessante passar por esta experiência, ver quem faz e quem diz as coisas da boca para fora”.

Para relaxar, Assange via a série australiana “Rake”, os filmes “Haverá Sangue”, “Argo”, “00:30 Hora Negra”, também para ver de que forma estes afetam o WikiLeaks. Ainda assim, admitiu preocupação com a família porque estes membros “tiveram de mudar de casa e mudar de nome, além de estarem sempre a ser sujeitos a ameaças” mas ao mesmo tempo releva que “as medidas de segurança são cumpridas e não tenho medo”.

 

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