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Dombrovskis: “Portugal é bom exemplo de um país que aproveitou os bons momentos da economia para baixar o nível da dívida”

O vice-presidente da Comissão Europeia elogia, em entrevista ao Jornal Económico, a trajetória de redução do rácio da dívida pública face ao PIB feita por Portugal nos últimos anos e sublinha a importância dos planos de recuperação. “É difícil para os países saírem desta crise sozinhos”, vinca.
15 Janeiro 2021, 20h58

Valdis Dombrovskis, vice-presidente da Comissão Europeia, considera que Portugal é um “bom exemplo” em galgar o bom momento económico dos últimos anos para diminuir o rácio da dívida pública face ao Produto Interno Bruto (PIB), ainda que a pandemia tenha levado a uma nova subida.

“Portugal é exatamente um bom exemplo de um país que aproveitou os bons momentos da economia para baixar o nível da dívida pública.Foi de cerca de 130% do PIB após a crise económica financeira global e foi diminuindo para abaixo 110% do PIB. Agora voltou a 130%, mas permitiu dar margem de manobra. E sabemos que nem todos os países com dívidas elevadas realmente aproveitam os bons tempos económicos para reduzir o nível da dívida”, afirmou o vice-presidente executivo da Comissão Europeia, responsável pela pasta Uma Economia ao Serviço das Pessoas, à margem da visita a Lisboa com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e outros sete membros do Colégio de Comissário, em entrevista ao Jornal Económico.

O responsável do executivo comunitário salientou que “isso é uma coisa que distingue Portugal nessa situação particular”.

Questionado sobre se Portugal tinha espaço para mais apoios de estímulos orçamentais sem comprometer o futuro das finanças públicas, tendo o terceiro maior rácio de dívida da zona euro, o vice-presidente da Comissão Europeia sublinhou que “essa é exatamente a lógica por trás do plano de recuperação económico europeu”.

“O plano basicamente reconhece que há limitações em vários Estados-membros da União Europeia devido ao alto nível de endividamento, e é maior nos países do sul e do leste, devido aos baixos níveis de desenvolvimento económico. É difícil para os países saírem desta crise sozinhos. Portanto, o plano de recuperação económica europeu e o Next Generation EU tem uma componente substancial de subsídios que permite aos Estados-membros estimular a economia sem agravar a dívida”, vincou.

Ainda assim, admitiu que equilibrar o estímulo orçamental à economia e a sustentabilidade orçamental de longo prazo é uma questão que existe. “Por isso, a respeito dos orçamentos dos Estados-Membros, enfatizámos que as medidas de estímulo necessárias devem ser temporárias e direcionadas e não se tornarem um encargo permanente ​​no défice orçamental”, disse.

“Neste momento, o nosso conselho a todos os Estados-membros é para que tomem as medidas necessárias para estabilizar a economia, para apoiar as empresas, para apoiar os trabalhadores. À medida que perseveramos a capacidade das nossas economias, o potencial de nossas economias, mais rapidamente a  economia será capaz de recuperar após o pandemia. É exatamente essa a nossa recomendação para os Estados-membros atualmente”, realçou.

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