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Dona da Jean Paul Gaultier e Rabanne quer arrecadar 2,5 mil milhões para entrar na bolsa espanhola

A empresa familiar quer manter o controlo da maioria das suas ações, colocando no mercado 1,25 mil milhões de ações em nome da holding Exea. A Puig vai colocar em circulação ações de classe B, ou seja, com menos direitos.
8 Abril 2024, 09h43

O grupo de cosmética Puig está a preparar-se para uma Oferta Pública Inicial (IPO) na bolsa espanhola, pretendendo arrecadar 2,5 mil milhões de euros. A dona de marcas como a Carolina Herrera, Paco Rabanne e Jean Paul Gaultier anunciou os seus planos para entrar no IBEX, tornando-se um dos maiores IPO de Espanha.

Segundo a imprensa espanhola, o grupo catalão já demonstrava, há vários meses, a intenção de abrir o seu capital ao mercado. Ora, a abertura do capital vai permitir que o grupo refinancie parte da dívida que contraiu nos últimos anos e ainda financiar novas aquisições.

A empresa vai realizar um aumento de capital de 1,25 mil milhões de euros, enquanto a família Puig, através da holding Exea, vai colocar mais 1,25 mil milhões de euros das suas ações em bolsa. A família quer manter a maioria das ações da própria empresa, sendo que ainda deverá colocar ações de classe B, com menos direitos, em negociações na bolsa.

“Acreditamos que o equilíbrio de ser uma empresa familiar que também está sujeita à responsabilidade do mercado nos permitirá competir da melhor forma no mercado internacional durante a próxima fase do desenvolvimento da empresa”, apontou Mar Puig, presidente e CEO do grupo de cosmética, em comunicado.

“Acreditamos firmemente que a criação de marcas premium requer uma reflexão a longo prazo, e ter a família no centro de uma empresa incentiva esta abordagem, porque as famílias tendem a preocupar-se com a próxima geração e com o próximo trimestre”, acrescenta, em relação à fórmula escolhida para a entrada em bolsa.

Segundo o research Morning Call do BA&N, esta operação ambicionada há anos “tem potencial para ser um dos maiores IPO do mercado espanhol e um dos mais relevantes na Europa nos últimos tempos”.

Para já, não existe data de estreia para as negociações, mas o “El Economista” adianta que os títulos serão cotados em Madrid, Barcelona, Bilbao e Valência.

Além das ações para investidores, a Puig vai emitir ações de classe B para os fundadores da Byredo e da Charlotte Tilbury, duas empresas adquiridas nos últimos anos.

Entrada em bolsa após números recorde

A dona da Nina Ricci e Charlotte Tilbury alcançou receitas de 4,3 mil milhões de euros no ano passado, um valor recorde para o grupo Puig. Tal como o grupo cosmético retratou no relatório de contas, o seu volume de negócios verificou um aumento de 19% até aos 4.304 milhões de euros de vendas líquidas.

Já os lucros tiveram um crescimento de 16 face a 2022, atingindo os 465 milhões de euros em 2023.

Ora, o grupo relatou um crescimento de dois dígitos em todas as áreas de atividade: perfumes, maquilhagem, dermocosmética e moda. Só o EBITDA subiu 33% para 849 milhões de euros, enquanto a dívida financeira se fixou nos 1.196 milhões de euros, um valor semelhante ao de 2022 que a empresa familiar quer reduzir com a entrada em bolsa.

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