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Dona da Zara cai 7% na bolsa à espera de maus resultados. A crise chegou à Inditex?

A gigante Amazon tem assumido várias investidas para entrar no campo da moda. Os que mais sofrem são as cadeias de retalho de moda tradicionais. A Inditex apresenta resultados a 14 de março.
23 Fevereiro 2018, 13h52

As ações da Inditex estão a cair quase 7% na bolsa de Madrid.  Alguns bancos de investimento sugerem que a empresa pela primeira vez teve problemas para vender o seu stock de existências e antevêem uma redução na margem do EBITDA, avança o El Economista.

Os títulos da dona da Zara já estão a cotar abaixo dos 25,5 euros, e registam a maior queda desde o Brexit (hoje esteve a cair 7% e nesta altura está com uma perda de 6,5%). Desde o início do ano a Inditex acumula em bolsa uma redução de 15%. Amancio Ortega perde 4.000 milhões e cai dois lugares na lista dos mais ricos.

A empresa está em fase de fecho de contas do seu ano fiscal, e apresentará resultados a 14 de março.

Alguns bancos de investimento também temem “margens de lucro em queda”, diz o site de notícias espanhol. Essas circunstâncias podem explicar o declínio acentuado no preço das ações na sessão de hoje.

Mais uma vez a canibalização das margens pelo comércio online está na origem da crise da Inditex.

A entrada da Amazon no retalho do têxtil abalou os principais pilares do setor, incluindo a Inditex. Existem várias empresas que alertaram durante os últimos meses para o impacto negativo da invasão do gigante do comércio on-line.

A gigante Amazon tem assumido várias investidas para entrar no campo da moda. A retalhista revolucionou a forma como os consumidores compram peças de vestuário há mais de uma década – em 2006 comprou o website Shopbop e três anos depois adquiriu o portal de venda de calçado Zappos – e, desde então, a ambição apenas cresceu até que abriu sua própria marca de roupas em 2017.

As principais vítimas desta ameaça são as margens dos players tradicionais. As previsões para a margem EBITDA são de queda em quase todos os retalhista de moda. A força do euro face ao dólar também não ajuda.

Também a H&M está neste momento em reestruturação por causa do impacto do comércio online. A cadeia sueca prepara-se para a maior onda de encerramentos de lojas em duas décadas: a marca de moda pretende fechar as portas de 170 lojas.

A cadeia espanhola Blanco foi para insolvência em 2016.

 

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