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Dona do MEO é responsável por quase dois terços do EBITDA da Altice Internacional

Números do terceiro trimestre confirmam relevância da Altice Portugal como a “cash cow” do grupo liderado por Patrick Drahi. Dona do MEO representa 57% das receitas e 59% do EBITDA da Altice Internacional. Numa altura em que se fala da venda total ou parcial da operadora liderada por Ana Figueiredo, o EBITDA menos CAPEX, que indica o ‘cash’ libertado após os investimentos na rede e outras infraestruturas, disparou 43,2% no terceiro trimestre.
22 Novembro 2023, 07h30

A Altice Portugal divulgou ontem os seus resultados do terceiro trimestre, ao mesmo tempo que as outras unidades que integram a holding Altice Internacional, que agrega os negócios do grupo de Patrick Drahi fora de França e dos Estados Unidos. Os números ontem divulgados demonstram o peso que a empresa liderada por Ana Figueiredo tem no conjunto do grupo, tanto em termos de peso nas receitas como de contributo para o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA), representando 57% e 59%, respetivamente.

Entre julho e setembro, a Altice Portugal registou receitas no valor de 742 milhões de euros, mais 9,1% que no mesmo trimestre de 2022, com esta subida a ser suportada sobretudo pelo área de clientes empresariais, que cresceu 14,5% em termos homólogos, bastante acima da taxa de inflação prevista para este ano em Portugal (5,4%).

“Os resultados deste trimestre mostram que somos uma empresa sólida, com capacidade financeira e operacional. Este trimestre fica marcado pela trajetória de crescimento que conseguimos alcançar com o aumento da base dos clientes, o crescimento da receita e dos resultados operacionais”, disse ao JE a CEO da empresa.

“A Altice Portugal atinge 95,6% de cobertura da população portuguesa servida com 5G e tem 6,3 milhões de lares e empresas servidos com fibra ótica”, acrescentou Ana Figueiredo.

O negócio residencial, que inclui serviços fixos e móveis, cresceu 4,04% no mesmo período. A faturação da unidade portuguesa representou 57% das receitas do grupo Altice no terceiro trimestre do ano, que ascendem a 1,28 mil milhões de euros (menos 0,6% que no mesmo período de 2022).

Já o EBITDA da Altice Portugal teve uma subida de 20,3%, para 281 milhões de euros, representando 59% do total do grupo, que foi de 476 milhões de euros. A subida do EBITDA da Altice Portugal no terceiro trimestre compara com subidas de 9% e de 10,5% no primeiro e no segundo trimestres, respetivamente.

Por sua vez, o EBITDA menos CAPEX, ou seja, o valor que a empresa liberta excluindo o montante investido nas suas redes e outras despesas de capital, teve uma forte subida homóloga de 43,2% no terceiro trimestre, para 171 milhões de euros.

Esta forte subida do EBITDA da dona do MEO ocorre numa altura em que, no mercado, se fala da possibilidade de a Altice Portugal vir a ser vendida, total ou parcialmente, no âmbito da estratégia de desalavancagem do grupo liderado por Patrick Drahi.

No conjunto do grupo, em termos consolidados o EBTIDA menos CAPEX subiu 20,5% no terceiro trimestre, para 271 milhões de euros, segundo a informação financeira que foi ontem divulgada no site da Altice Internacional. Já o EBITDA do grupo teve uma subida mais modesta, de 3,9%, para 476 milhões de euros.

Operação portuguesa foi a única a ter subida das receitas

No terceiro trimestre, apenas a operação portuguesa viu a sua faturação subir, entre as diferentes unidades que fazem parte da Altice Internacional (que não inclui os negócios do grupo em França e nos Estados Unidos). Em Israel, as receitas caíram 14,5%, enquanto na República Dominicana desceram 8%. A nível consolidado, a Altice Internacional teve uma descida deu 0,6% das receitas no terceiro trimestre, quando comparadas com as do período homólogo, para 1,28 mil milhões de euros.

A empresa, que está integrada no grupo francês Altice, não divulga o resultado líquido nem a restante demonstração de resultados.

Receitas da Altice Portugal subiram 11,6% no conjunto dos nove meses de 2023

As receitas da Altice Portugal tiveram um crescimento homólogo de 11,6% nos primeiros nove meses do ano, para 2,15 mil milhões de euros. No mesmo período, o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) cresceu 13,5% para 781 milhões de euros.

Segundo a empresa dona do MEO, o crescimento das receitas deveu-se ao aumento da base de clientes, à diversificação do portfólio de produtos e serviços e ao investimento nas redes da empresa, tanto em termos de infraestruturas como no reforço da qualidade do serviço. O crescimento líquido da base de clientes explica-se também pelo facto de se terem registado níveis historicamente baixos de desligamentos, adiantou.

Até ao final de setembro, e em comparação com os números registados um ano antes,  a operadora aumentou a base de clientes de serviços fixos em 4,7%, com o número de subscritores de televisão por subscrição (pay tv) a aumentar em 3,6%.

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