Ao lado do secretário-geral da NATO, o neerlandês Mark Rutte, foi recebido esta tarde na Sala Oval, aonde foi, disse, para convencer o presidente ‘da casa’, Donald Trump, a manter-se dentro do grupo de Estados-membros da organização. O encontro sucedeu menos de uma semana depois de Rutte ter assegurado que os Estados Unidos não sairiam da NATO – ou seja, por alguma razão o secretário-geral deixou de ter, ao longo destes seis dias, essa certeza.
Mas agora, segundo as agências internacionais, voltou a tê-la: no encontro, o chefe de Estado norte-americano afastou-se das críticas à NATO, que lhe são usuais, e elogiou Rutte, considerando que o secretário-geral está a fazer “um trabalho fantástico”. Ou não fosse esse trabalho exatamente aquilo que a Casa Branca manda.
As críticas à NATO não são uma página nova na agenda de Trump: durante o seu primeiro mandato, o presidente teceu diversas críticas à ação da aliança, que culminaram com não menos intensas críticas ao fraco financiamento que os restantes Estados-membros asseguravam à organização.
Mal regressou à Casa Branca – e numa altura em que, entretanto, a NATO se envolver profundamente no apoio à causa ucraniana contra a Rússia, Trump retornou à retórica de quatro anos atrás. Desta vez propondo que os Estados-membros gastassem não 2% do PIB em defesa, mas 5%. Mark Rutte tratou de organizar uma viagem por vários países da aliança, explicando a chefes de Estado e de governo que a NATO considera os 2% ou mesmo os 2,5% com “insuficientes” para aquilo que é a ação global da NATO. A maioria das capitais não gostou do que ouviu – entre elas Lisboa, pela voz do primeiro-ministro Luís Montenegro.
Como nada ficou de facto resolvido com o périplo de Rutte, o assunto segue como um dos pontos principais da agenda da próxima cimeira da NATO, que se realizará em junho em Haia, no país natal do secretário-geral e não na sede, que se situa em Bruxelas. Segundo fontes contactadas pelo JE, o que estará em cima da mesa será um compromisso pela mediana: entre os 3% e os 3,5%.
Uma parte do encontro entre Rutte e Trump foi gasto na análise da situação criada entre o triângulo EUA-Rússia-Ucrânia. Trump, respondeu ao seus homólogo russo e afirmou esperar que “a Rússia faça a coisa certa”, ressalvando que gostaria que o acordo de cessar-fogo fosse alcançado. Trump considerou ainda que a declaração feita por Putin, esta quinta-feira, “não foi completa” e confirmou que o enviado especial dos Estados Unidos Steve Witkoff vai encontrar-se em breve com o presidente da Rússia para discutirem “seriamente” o assunto.
A reação de Trump surge depois de o presidente russo dizer, numa conferência de imprensa esta quinta-feira, que apoia a cessação das ações militares na Ucrânia, desde que leve a uma “paz duradoura”, em resposta à proposta de tréguas de 30 dias dos Estados Unidos já aceite por Kiev. Vladimir Putin observou que as tropas ucranianas estão cercadas no seu último ponto de apoio na região russa de Kursk, sendo necessário determinar antes de um cessar-fogo se irão depor as armas e render-se. Ficou também claro que a Rússia espera muito mais que apenas uma solução para a questão da Ucrânia nesta fase de um novo entendimento entre Moscovo e Washington.
Segundo avançam algumas fontes, o enviado dos Estados Unidos já terá chegado a Moscovo para negociações sobre o cessar-fogo de 30 dias proposto por Washington.
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