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Donald Trump: Aquilo que dele fica quando for embora

A renitência de quase todos os republicanos em contrariarem a estratégia jurídica de contestação do resultado eleitoral é só um dos sinais de que a influência do 45.º presidente dos Estados Unidos não chegou ao fim com a declaração de vitória de Biden. Com um Congresso muito mais dividido do que nos sonhos dos democratas, um Supremo cheio de juízes de tendência conservadora e uma dinastia que poderá manter o apelido em cartazes de eleições futuras, não restam dúvidas de que Trump pode persistir mesmo depois de abandonar a Casa Branca.
15 Novembro 2020, 11h00

Ao contrário dos processos judiciais de duvidosa eficácia com que pretende provar que só não foi declarado vencedor das presidenciais norte-americanas devido à sucessão de “coisas muito más” na chegada e escrutínio de boletins de voto que lhe custaram – ou vão custar, pois alguns estados que deram a vantagem decisiva a Joe Biden ainda estão a processar votos e deverão fazer recontagens – a derrota na Pensilvânia, Michigan, Wisconsin, Arizona, Nevada e Georgia, Donald Trump tem garantida uma vitória significativa e que marcará o seu legado. Uma sondagem realizada após a incerteza que se prolongou da primeira terça-feira de novembro até à declaração de vitória do democrata na noite de sábado revela que 70% dos eleitores republicanos acreditam que a eleição não foi livre nem justa.

O estudo realizado pela Morning Consult para o site Politico demonstra que a descrença nos resultados que ditam o regresso de Biden à Casa Branca, desta vez enquanto presidente, disparou à medida que as vantagens iniciais de Trump nos estados decisivos eram revertidas pela chegada de centenas de milhar de boletins de voto enviados por correio em grandes cidades como Filadélfia, Detroit, Milwaukee, Phoenix e Atlanta. Se antes de 3 de novembro eram 35% os republicanos que desconfiavam do processo eleitoral, a percentagem duplicou entretanto. Desses, 78% afirmaram que o alargamento da participação por via postal, justificado pela pandemia de Covid-19, conduziu a fraude eleitoral de larga escala, sendo 72% os que mencionaram que ocorreu manipulação de boletins em favor do candidato presidencial democrata.

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