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Dono do Minipreço chega a acordo com a banca para prolongar os prazos do empréstimo

Acordo é alcançado na véspera da reunião que decidirá o futuro da empresa de distribuição alimentar, na qual os acionistas terão de escolher entre o conselho de administração ou a oferta pública de aquisição (OPA) do russo Mikhail Fridman.
19 Março 2019, 10h36

O grupo de distribuição alimentar espanhol DIA chegou a um acordo com a banca para alterar as atuais linhas do empréstimo, que equivalem a um máximo de 912 milhões de euros, segundo revela esta terça-feira o jornal “Expansión”.

A principal alteração é o aumento do prazo do empréstimo, passando de maio 2019, até março de 2023. Uma medida que contudo, está condicionada pela reunião de quarta-feira entre os acionistas do DIA, para aprovarem a expansão de 600 milhões de euros garantidos pelo grupo Morgan Stanley.

Entre os termos e as condições desta negociação com a banca, o Dia concorda em cumprir a obrigação de registar um lucro operacional antes das amortizações (EBITDA) “igual ou superior a 174 milhões de euros “em cada período de 12 meses concluídos entre 31 de dezembro de 2019 e 30 de junho de 2020. O grupo registou um EBITDA de 246 milhões de euros em 2018, menos 47,8% que em 2017.

O grupo DIA deverá ainda realizar o reembolso antecipado do financiamento, no limite até 21 de abril de 2021, pela venda de ativos não estratégicos, para uma verba nunca inferior a 100 milhões de euros. O prazo para a empresa e os seus acionistas aprovarem esta operação é entre 15 de agosto e deve ser concluído a 31 de dezembro de 2019.

No meio de tudo isto, a assembleia de acionistas do grupo DIA terá de escolher esta quarta-feira entre o plano do conselho de administração e do investidor russo Mikhail Fridman, e decidir o futuro de uma empresa que corre o risco de vir a ser dissolvida.

O fundo Letterone, controlado por Fridman e acionista do grupo, com uma participação de 29,01%, propõe uma oferta pública de aquisição (OPA) das ações restantes em 0,67 euros por acção, valorizando o Dia em 414 milhões, com um capital de 500 milhões, garantidos pelo próprio fundo e um plano de crescimento para os próximos cinco anos.

Em alternativa, o Conselho de Administração propõe a redução de capital do grupo DIA e, logo após isso a sua expansão de 600 milhões de euros para liderar a empresa após a perda de 352 milhões de euros em 2018. O empresário português Luís Amaral, que atualmente controla uma participação de 2% do Dia através do family office Western Gate está disposto a aumentar sua participação na empresa para apoiar o Conselho de Administração.

A 28 de janeiro deste ano Luís Amaral comprou uma participação de cerca de 2% no capital do grupo espanhol Dia, que em Portugal detém os supermercados Minipreço e as lojas Clarel. O dono do Eurocash anunciou na segunda-feira que está contra Fridman, por entender que o aumento de capital proposto de 500 milhões de euros, uma vez concluída a oferta lançada a 0,67 euros por ação, “reduz o valor da empresa” e vai contra o interesse do resto dos acionistas.ia

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