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Donos do Inter de Milão procuram fontes de receita ou avançam com a venda do clube

Desde a chegada dos chineses do Grupo Suning ao Inter de Milão, o aumento da receita foi uma constante e, segundo os dados da KPMG, até à pandemia o clube revelou sempre uma tendência de crescimento. Devido aos impactos negativos provocados pela Covid-19, a renegociação dos acordos de patrocínio é o principal objetivo que, caso não se concretiza, poderá ditar a venda da participação maioritária.
  • 9 – Inter de Milão (664 milhões de euros)
2 Março 2021, 14h50

O chinês ‘Suning Group’, proprietário maioritário do Inter de Milão, está à procura de novas fontes de receita ou, em alternativa, ponderam vender a sua participação no clube italiano. Embora o Inter tenha voltado a prometer resultados dentro e fora do campo durante os primeiros anos da presidência do Grupo Suning, a pandemia de Covid-19 atingiu duramente o clube e o principal negócio de retalho do grupo.

De acordo a comunicação social italiana, vários investidores institucionais, incluindo muitos fundos de private equity, mostraram interesse em um potencial investimento no clube.

Desde a chegada dos chineses do Grupo Suning ao Inter de Milão, o aumento da receita foi uma constante e, segundo os dados da KPMG, até à pandemia de Covid-19 o clube revelou sempre uma tendência de crescimento, passando de 183 milhões de euros em receita na temporada 15/16 para os 366 milhões de euros na temporada 18/19, onde a presença na Liga dos Campeões é apontada como a principal razão para o aumento dos números relativos à receita.

Também a receita comercial do clube aumentou com a chegada do grupo chinês, passando de 71 milhões de euros para os 144 milhões de euros. Valor que continuou a aumentar até à temporada 19/20, altura em que a pandemia de Covid-19 provocou a primeira queda nos números desde que o Grupo Suning assumiu a gestão do clube italiano.

Um dos principais problemas identificados pelo Grupo Suning prende-se com os principais patrocínios que, comparado aos seus rivais domésticos e europeus, se situa muito abaixo. O acordo para o patrocínio da camisola com a Pirelli desde a temporada 95/96 pode vir a ser renegociado ou, rompido, com o objetivo de melhorar significativamente o encaixe financeiro para o Inter.

A Pirelli paga ao clube de Milão 10,1 milhões de euros por temporada para figurar no centro das camisolas de jogo, um número muito abaixo dos, por exemplo, 42 milhões de euros pagos pela Jeep à Juventus. Ainda assim, a diferença para o rival da mesma cidade, o AC Milan, é de apenas 2 milhões de euros, pagos pela Emirates ao clube onde atua o português Rafael Leão.

Em relação aos lucros, em oito anos só por uma vez (13/14) o Inter de Milão esteve em terreno positivo, ainda durante a anterior gestão. Desde a chegada do Grupo Suning, ainda que em terreno negativo, o clube tem reduzido o prejuízo significativamente, mas a pandemia de Covid-19 veio reverter os ganhos e impactar negativamente também a lucratividade do Inter de Milão.

No entanto, um dos pontos positivos para o clube é o seu plantel. O investimento feito em vários jogadores jovens e considerados promissores revelou-se uma aposta ganha, com a valorização constante de vários jogadores. Destacam-se Romelu Lukaku e Lautaro Martinez que, segundo a KPMG, estão avaliados em 99,7 e 88,8 milhões de euros respetivamente. Caso o clube pretenda ganhar mais liquidez, existirá sempre a opção de negociar os passes de alguns jogadores, não necessariamente os mencionadas acima, ainda que tal estratégia possa impactar negativamente o clube dentro das quatro linhas.

Por fim, o valor de empresa (VE) do Inter de Milão é um dos mais altos do campeonato italiano. O VE do clube italiano manteve a tendência de crescimento até ao período que antecedeu a pandemia de Covid-19, passando dos 399 milhões de euros em 2016, para os 983 milhões de euros em 2020, segundo os dados disponibilizados pela KPMG. Este dado certamente terá influência numa possível venda do clube, uma vez que, apesar da queda nas receitas e lucratividade, o Inter de Milão ainda é visto como um dos “tubarões” do futebol europeu com maior margem de crescimento.

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