A Direção-Geral da Saúde admitiu esta sexta-feira que começa a administrar as doses de reforço, as chamadas terceiras doses, na próxima semana.
Em conferência de imprensa, Graça Freitas disse que estas doses serão inicialmente para pessoas com 60 ou mais anos, sendo a grande prioridade os cidadãos residentes em Portugal com mais de 80 anos de idade.
De acordo com a diretora da Saúde, estas doses de reforço servem para “estimular a imunidade”, não significando que as duas primeiras doses não resultaram.
Graça Freitas adiantou que se tem verificado uma “atenuação ou decaimento” da proteção, o que significa que as pessoas continuam protegidas contra hospitalizações graves ou mortes mas que a proteção não é “ótima” como se pretende num contexto pandémico, bem como no período invernoso que se segue, dado ser uma estação de risco para determinadas doenças.
Também Baltazar Nunes, do Instituto Nacional Doutor Ricardo Jorge (INSA), notou que a efetividade da vacina contra o Covid-19, ou seja, a capacidade de produzir anticorpos, tem diminuído com o passar do tempo, “nomeadamente na população com mais de 80 anos e entre os 65 e os 79 anos”.
O epidemiologista do INSA acrescentou que a efetividade contra infeção sintomática é contra a infeção por doença grave que leve a hospitalização ou óbito. A efetividade na infeção sintomática mantinha-se entre os 70% e os 80% após o primeiro mês da vacinação completa, tendo decaído para os 30% a 40% ao fim de cinco meses, enquanto a efetividade contra doença grave não mostrou grandes alterações na faixa até aos 79 anos não mostrou quedas, mas o tempo em análise ainda é curto.
De acordo com Baltazar Nunes, esta avaliação depende ainda dos vários timings verificados com a vacinação, dado que os utentes com mais de 80 anos foram dos primeiros a ser vacinados contra a Covid-19, a par dos profissionais de saúde. Por sua vez, a efetividade contra doença grave caiu de 80% para 60% no primeiro mês após o esquema vacinal completo e cinco meses após a vacinação.
A diretora da DGS adiantou que a convocatória para a administração da terceira dose será idêntica à da primeira dose, dado que se trata de pessoas idosas. Ou seja, os cidadãos serão chamados pelos médicos de família, podendo a vacinação ocorrer nos centros de saúde ou ainda nos centros de vacinação abertos para o efeito.
Sabe-se já que a vacina administrada a este grupo prioritário será a da Pfizer, independentemente das vacinas primeiramente administradas. De acordo com a responsável da DGS, esta foi a vacina aprovada pela Agência Europeia do Medicamento e é a Portugal vai administrar agora nas doses de reforço para esta população.
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