É Natal, uma das épocas em que mais empacotamos e desempacotamos encomendas, presentes ou caixas de bolo rei. Alguma vez parou para olhar atentamente, durante breves minutos, para essas embalagens? Há algumas que são pensadas ao detalhe para melhorar o momento do “rasgão” no cartão ou plástico, tentar estragar ao mínimo a caixa e facilitar o reaproveitamento a quem quer fazer ou devolução ou guardar e dar-lhe uma segunda vida.
A empresa britânica DS Smith está neste negócio desde 1940, estando em 34 países, nomeadamente Portugal, o país que escolheu para inaugurar em 2021 o primeiro centro de inovação de cliente (Costumer Innovation Hub) do grupo. O plano da multinacional passa por replicar esta estrutura em Madrid (Espanha), provavelmente, em 2024.
Um ano depois de abrir este espaço em Albarraque (Sintra), a DS Smith fez um segundo na Polónia, embora as metas iniciais fossem criar centros destes, que unem o físico ao digital, em todas as regiões nas quais está presente ainda este ano. O Jornal Económico foi conhecer o hub que está na zona de Lisboa e concluiu que, entre locais de reunião presencial ou prateleiras de exposição de pacotes e caixotes de marcas conhecidas (sob anonimato a pedido dos clientes), está muita tecnologia.
O Costumer Innovation Hub conta com tablets e câmaras PTZ para dar suporte às apresentações e as experiências de unboxing ao centímetro e uma parede LED para utilização de Realidade Virtual / Aumentada, através da app Studio Viewer. Há quatro áreas: e-commerce (sala), colaboração (espaço de reuniões), apresentação (ecrãs) com tecnologias de RV/RA em 3D e retalho (simulação de supermercado).
“Hoje em dia, uma empresa sem uma presença omnicanal dificilmente vai singrar neste mercado”, afirmou João Gordilho, manager de Engagement do Cliente da DS Smith, numa sessão com jornalistas. “A tendência é, cada vez mais, encontrar uma segunda vida para a caixa”, referiu ainda, do ponto de vista dos consumidores que depois as usam para guardar joias ou arrumar roupas no armário.
E as empresas? “Pedem para utilizar cada vez menos tinta para comunicar melhor e poupar mais”, garante. Ou seja, procuram que o embalamento também respeite as métricas de sustentabilidade: é reciclável? Biodegradável? O fabrico tem menos impacto em termos de CO2? Quanto “design” foi desperdiçado?
O exemplo dado foi as peças de grande volumetria, como embrulhos de bicicletas ou colchões. Como é que se consegue comprimir a embalagem? “O ecoponto não está preparado. Temos de conceber a embalagem do ponto de vista do cliente, para que consiga facilmente reciclá-la”, explicou o especialista à imprensa. Internamente, a cotada no FTSE 100 tem o objetivo de se tornar neutra em carbono até 2050.
No primeiro semestre do ano fiscal 2023/2024, a DS Smith registou um lucro operacional ajustado de 365 milhões de libras, 13% abaixo dos 418 milhões de libras no mesmo período do ano passado, devido ao “contexto desafiante” de mercado, de acordo com o relatório financeiro publicado a 7 de dezembro.
As receitas também caíram para 3,5 mil milhões de libras (-18%), mas o retorno das vendas foi de 10,4%, mais 70 pontos base. “O nosso desempenho de volume no segundo trimestre melhorou em relação ao primeiro e esperamos que essa tendência continue com volumes no segundo semestre mais fortes do que no primeiro, sequencialmente numa base comparável (like for like), à medida que continuamos a ganhar quota de mercado”, comentou o CEO, Miles Roberts, que se vai reformar em breve.
Em Portugal, a DS Smith, com sede em Londres, entrou em 2016 com a aquisição da Gopaca e da P&I Displays. Em 2019, reforçou a sua presença ao comprar a Europac. A divisão de “Packaging” tem seis fábricas: em Guilhabreu, Esmoriz, Águeda, Carregal do Sal, Leiria e Lisboa, bem como um centro logístico, na Madeira. A empresa possui ainda duas unidades de Reciclagem, no Porto e na Figueira da Foz, e uma unidade fabril de papel em Viana do Castelo.
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