A gestora liderada por Joaquim Luiz Gomes já é 100% portuguesa, depois de os acionistas portugueses da Dunas Capital terem adquirido uma posição de 50% do capital da gestora de fundos à Dunas Espanha. Os espanhóis tinham entrado no capital da gestora portuguesa em 2015.
Após a transação, a Dunas Capital passou a ser detida a 90% pelos seus executivos (Joaquim Luiz Gomes e Nuno Pinto) e a 10% pela MCG E F (de António Corrêa Figueira).
Para marcar a nova fase da gestora de fundos mobiliários, imobiliários e alternativos a sociedade alterou a denominação para Heed Capital.
A nova Heed Capital nasce de uma gestora fundada em 2003 e já tem 300 milhões de euros em ativos financeiros mas o objetivo, segundo o CEO, é chegar aos 500 milhões de euros em três anos.
A gestora apresentou esta terça-feira um reforço na área dos fundos alternativos, nomeadamente private equity, capital de risco e fundos de impacto e garante que vai aumentar a sua posição nos mercados americano, brasileiro e asiático. A Dunas, em 2017, adquiriu uma participação de 24% na brasileira Tagus Investimentos.
Joaquim Luiz Gomes, numa apresentação à imprensa, revelou que a gestora que dirige tem oito fundos em funcionamento e um em pipeline. O primeiro data de 2011 e resulta de um acordo com o EuroBic para o lançamento de fundos de marca branca. Chama-se EuroBic Tesouraria e é um fundo de investimento mobiliário harmonizado constituído de acordo com a legislação e regulamentação portuguesas e gerido pela Dunas Capital. Depois têm desde 2011 o EuroBic Brasil – Fundo de Investimento Mobiliário Aberto, que ganhou o prémio de melhor Fundo Multi-Ativos 2018, 2019 e 2020. É um fundo que investe em ações (30%) e obrigações e cujo retorno é de longo prazo.
Em 2012 avançaram com o fundo que hoje se designa Heed Património. O Heed Patrimonio Fund é um fundo aberto “que busca a valorização do capital de longo prazo por meio da diversificação em classes de ativos, áreas geográficas e sectores, sendo também capaz de se adaptar a diferentes ciclos económicos”. O Fundo investe principalmente em valores mobiliários, OICVM / OIC ou utilizando instrumentos financeiros derivativos negociados em mercados regulados e tem um investimento inicial mínimo de 5 mil euros.
A Dunas Capital (atual Heed Capital) tem desde 2015 o Fundo de Reestruturação Vega FCR que que é detido pelo BCP, CGD, Montepio e BPN (Parvalorem), e que ficou com os ativos resultantes da reestruturação da Imoholding de Aprígio Santos. O fundo especializou-se na transformação do uso do solo, mais concretamente da passagem de terrenos agrícolas para a construção de empreendimentos turísticos. Um dos projetos passa por construir um empreendimento “tipo Quinta do Lago” no Barlavento algarvio.
Em novembro de 2020 lançaram o Golden Bridge FCR que está focado em empresas que investem e desenvolvem edifícios residenciais em localizações premium de Lisboa. Em abril deste ano lançaram o Aston Gold FCR, mais focado no investimento nos ativos imobiliários comerciais de rendimento ou na promoção de residências, e cujo retorno é de longo prazo. No Golden Bridge já levantaram 12 a 13 milhões de euros e no Aston Gold levantaram mais de seis milhões de euros.
Por fim acabaram de arrancar, em julho, com o Iberian Student Living FCR, que vai investir em residências para estudantes. Neste momento têm levantados 6 milhões de investimento e já têm um imóvel no Porto.
A Heeds tem a tradição de fazer parcerias em todos os seus projetos, para desta forma alavancarem o investimento em ativos.
A empresa liderada por Joaquim Luiz Gomes, e que tem na administração Pedro Fernandes, Nuno Pinto, e Gustavo Caiuby Guimarães, pretende entrar em novas áreas, nomeadamente startups, e “desenvolver competências na área de capital de risco potenciando o hub [de empreendedorismo] português”.
A Heeds quer também entrar no segmento da dívida privada, para suprir as necessidades de capital preferencial do tecido de pequenas e médias empresas (PME) português.
No futuro, a Heeds quer apostar em fundos de impacto (parecidos, mas não iguais a fundos de empreendimento social). “Queremos apostar na plataforma de investimento do futuro. Finalmente querem quebrar com o monopólio da distribuição dos bancos, e para isso querem ser uma fintech “para quebrar a barreira da distribuição”.
Dunas Espanha
A Dunas Espanha é uma sociedade que resultou da aquisição da espanhola Inverseguros, e que detinha a posição de 50% do capital social da Dunas Capital. Aquela sociedade espanhola é controlada pela família Alvargonzález e por ex-executivos do Banco Santander.
De acordo com o CEO da Heed Capital, Joaquim Luiz Gomes, “a aquisição foi um passo importante para a nossa estratégia futura, que passa por uma forte internacionalização. Ao acentuarmos o sentido de partnership e ao podermos abrir o capital a outros executivos da sociedade, vamos acelerar a implementação dessa estratégia”. Relativamente à nova identidade, “fazendo jus ao significado da palavra heed em inglês, a entidade propõe-se a cuidar do capital dos seus clientes, estando atenta às suas necessidades”.
O nome escolhido reflete a preocupação em “cuidar do capital para servir as pessoas” e a acompanhar o novo nome criaram um manifesto, em que entre outras coisas defendem que “vamos contra a corrente” e “pensamos pela nossa cabeça”.
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