Com cerca de 27% de peso na ponderação do índice S&P500, os pesos-pesados da tecnologia ditam hoje uma boa parte dos acontecimentos diários em Wall Street, por isso a semana em que o grupo dos poderosos divulga os seus resultados, após um ano de pandemia, era desde logo um período de negociação propícia a entusiasmo.
A promessa não desiludiu e a semana tem sido de frenesim, com destaque para o sector tecnológico, onde a Amazon, a última dos grandes a divulgar os seus números na quinta-feira após o fecho do mercado, deu o mote para a sessão de sexta-feira que se antecipa de novo corrupio, o que não significa grandes variações finais nos índices.
Com efeito, a reacção aos resultados tem sido, como habitualmente, um processo de estimativa quase impossível, uma vez que houve um pouco de tudo: bons resultados com boas reacções, maus resultados com boas e más reacções e bons resultados com más reacções. Caso da Apple, que depois de revelar um trimestre demolidor a todos os níveis sucumbiu à pressão vendedora, embora com uma queda pouco expressiva, porque os números foram bons demais para ser repetidos, como por exemplo no tópico da margem de lucro, que foi anormalmente alta nos 42,5%, contra os 37% a 39% habituais.
Na realidade, e como em todas as earnings seasons, há “desculpas” para todos os “outcomes”, sendo que o tradicional vender na notícia continua a ser o mais plausível nestes casos.
No campo económico, os números do PIB dos EUA relativos ao primeiro trimestre demonstraram a forte aceleração da maior economia do mundo no início deste ano, com um crescimento de 6,4%, depois dos 4,3% do trimestre anterior, o que, não deixando de ser um nível fantástico, é inferior aos 6,8% esperados. Mas, principalmente, é preciso ter em conta que isso se deve aos gigantescos estímulos fiscais e monetários injectados, com destaque para os dois pacotes aprovados, um ainda no mandato de Trump e outro maior em meados de Março, delineado por Joe Biden.
Destaque para a principal componente do PIB, que foi a subida de 10,7% nos gastos pessoais, o crescimento mais expressivo desde 1960, algo que no entanto não deverá ser repetível, mas que deixa o PIB a escassos $200 biliões do nível pré pandemia de $19,3 triliões.
Mas esta expansão robusta já era esperada pelo mercado, daí que o U.S dólar por exemplo tenha terminado o dia sem grande variação face a um cabaz de outras moedas principais, no entanto é de realçar a subida dos juros das obrigações soberanas dos EUA a 10 anos para os 1,63%, o que condicionou o segmento accionista e que poderá marcar as próximas sessões caso esse movimento de subida se mantenha.
O gráfico de hoje é do EUR/USD, o time-frame é de 1 hora.
O principal par de moedas está num canal ascendente mas a afastar-se da linha superior, um indício bearish de curto-prazo.
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