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Economia da zona euro cresce ao ritmo mais rápido desde 2006 à boleia dos serviços

O sector dos serviços da zona euro parece estar finalmente a recuperar o passo em relação à indústria, onde as restrições pandémicas tiveram um impacto menor na atividade económica, apontam os dados do índice de gestores de compras.
4 Agosto 2021, 11h55

As leituras de julho do índice de gestores de compras (PMI) apontam para uma manutenção da forte recuperação económica europeia no início do terceiro trimestre, com a zona euro a registar um valor de 60,2 neste indicador. De acordo com os dados revelados esta quarta-feira pela IHS Markit, a economia da moeda única cresce ao ritmo mais rápido desde 2006, ainda que o valor final do PMI tenha sido revisto em baixa em relação à estimativa inicial de 60,6.

Analisando as principais economias do bloco europeu, a Alemanha atingiu o valor mais elevado de sempre, com 62,4, enquanto Itália registou um máximo do último ano, com 58,6. Em sentido inverso, Espanha verificou o valor mais baixo dos últimos dois meses, com 61,2, e França ficou-se pelos 56,6, um mínimo de três meses.

Esta expansão da economia europeia deve-se sobretudo à prestação dos serviços, que vão recuperando o ritmo perdido com a pandemia à boleia das campanhas de vacinação no Velho Continente, que têm permitido uma reabertura na maioria do sector terciário. Esta recuperação está espelhada na evolução do indicador relativo a este segmento da economia, que também atingiu máximos de 2006 ao registar 59,8. Em junho, o valor havia sido de 58,3.

“O sector dos serviços europeu está a voltar à vida. O relaxamento das restrições pandémicas e o progresso na vacinação dão um impulso à procura em diversos segmentos, mas especialmente no turismo, viagens e alojamento”, destaca Chris Williamson, economista-chefe da IHS Markit, que acrescenta que “não é só o sector de consumo que está a florescer, também os fornecedores de serviços financeiros têm registado um salto no crescimento, dadas as perspetivas económicas”.

O sector dos serviços começa assim a seguir a tendência que se verificava já na indústria, onde a atividade económica foi menos influenciada pelas restrições impostas pela Covid-19. Estes dados são acompanhados de um aumento nas encomendas ao sector produtivo europeu, o que também causa algumas disrupções que poderão traduzir-se num aumento de preços no bloco económico.

Ainda assim, o relatório da IHS Markit destaca que o aumento nos custos de produção foi mais pequeno do que no mês anterior, o que sinaliza uma estabilização das pressões inflacionárias na economia da zona euro.

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