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Economia força Wall Street a marcar passo

O sector dos serviços cresceu ao ritmo mais elevado desde 1997.
5 Agosto 2021, 09h33

Depois dos novos máximos históricos atingidos na terça-feira, ontem foi dia de dar um passo atrás para se tudo correr como habitual nos últimos meses dar dois à frente nos próximos dias.

Os dados económicos que têm saído nas últimas semanas pintam um cenário bem diferente daquele que o mercado assumia como fundamento para as suas avaliações há cerca de três meses, quando os juros começaram a subir derivado de receios sobre um forte aumento da inflação, que muitos questionavam se estaria ou não para ficar.

Contra muito ruído a favor de uma alteração da política monetária, Jerome Powell, presidente da Reserva Federal (Fed) e restantes membros do board foram mantendo a tranquilidade e não vacilaram na ideia de que a inflação acima dos objetivos estipulados seria passageira.

Para além disso, Powell sempre deixou muito claro que o mercado laboral ainda tinha um longo caminho a percorrer no sentido de recuperar para os níveis pré-pandemia antes de se começar a pensar em mudar os estímulos à economia.

Um caminho que continua cheio de incerteza, pois, não obstante a recuperação de quase 14 milhões de postos de trabalho na maior economia do mundo, o certo é que ainda faltam cerca de 6 milhões até se atingir o número existente em fevereiro de 2020, e ontem mais uma vez saiu um sinal de cautela, desta feita do ADP Research Institute que indicou a criação de apenas 330,000 novos empregos no sector privado em Julho, contra os 690,000 esperados.

E se bem que este dado não é sempre fidedigno em relação ao que se sabe uns dias depois nos non-farm payrolls, uma diferença substancial entre as previsões e a realidade costuma refletir-se igualmente no número mais importante do mês relativo ao emprego, que será conhecido amanhã.

Por outro lado, também foi conhecido na quarta-feira que o sector dos serviços cresceu ao ritmo mais elevado desde 1997, com uma subida das ordens que mantém a procura acima da oferta, o que fez disparar o preço do custo dos serviços e aumentar o período de entrega dos mesmos, dada a falta de mão de obra e de materiais.

Assim sendo, o sentimento em Wall Street ontem esteve dividido, o que abriu caminho para o pessimismo e para o vermelho nos índices, após o vice-Presidente da Fed, Richard Clarida, ter indicado que os juros poderão começar a subir em 2023 e que ainda este ano se deverá começar a discutir e talvez mesmo implementar a redução do programa de estímulos, nomeadamente os 120 mil milhões de dólares de compras que o banco central faz mensalmente.

Esta visão mais hawkish levou à valorização do dólar norte-americano em 0,2% e à queda do preço do petróleo, com o WTI a recuar -3,7% para os 67.94 dólares por barril, com o “ouro negro” a ressentir-se também de um provável arrefecimento da procura no médio-prazo, reflexo do menor ímpeto da economia mundial, com várias economias a braços com uma nova onda da pandemia de Covid-19.

O gráfico de hoje é do EUR/USD, o time-frame é diário.

 

O principal par de moedas está entre a possibilidade de um movimento ascendente no curto-prazo, caso quebre em alta a linha laranja, e uma queda no médio-prazo, caso quebre em baixa a linha azul.

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