A perda da biodiversidade provocada pelo agravamento das alterações climáticas vai roubar 436 mil milhões de euros à economia global até 2050. Feitas as contas, os Estados Unidos, o Japão e o Reino Unido serão os grandes afetados com uma perda conjunta de 167 mil milhões de euros, de acordo com um estudo do World Wildlife Fund (WWF), divulgado esta quarta-feira.
Segundo a tabela da WWF, a Índia surge em quarto lugar com perdas de 18,4 mil milhões de euros, a Austrália registará danos avaliados em 18 mil milhões e o Brasil será o sexto país mais atingido com prejuízos na ordem dos 12,9 mil milhões de euros. No que toca às perdas abaixo dos 10 mil milhões, esta ONG aponta a Coreia do Sul (9,2 mil milhões de euros), a Noruega (7,9), a Espanha (7,8) e França (7,7).
Sem ação urgente para proteger a natureza, a instituição de caridade ambiental alerta que o impacto mundial causado pela erosão costeira, perda de espécies e declínio de ativos naturais das florestas para a pesca poderá custar um total de quase 9,4 biliões de euros à economia mundial nos próximos 30 anos.
O documento explica que a perda parece ser modesta, afetando apenas 0,67% das rendas global em 2050. Mas a estimativa é conservadora e o total provavelmente será muito maior, caso áreas como a Antártica continuem a aquecer a um ritmo mais acelerado, causando um maior aquecimento e um aumento dos níveis do mar superior às previsões.
“[O estudo] analisou apenas seis serviços de ecossistemas, então isso é quase certamente uma subestimação”, conta Karen Ellis, diretora de economia sustentável do WWF. “Os custos reais são provavelmente muito maiores. Esta é a primeira tentativa de fazer uma avaliação tão abrangente, portanto essa é uma estimativa preliminar ”, disse ela.
Num dos primeiros exercícios desse tipo, o relatório afirma que o aumento do uso de combustíveis fósseis e a expansão da agricultura e do desenvolvimento urbano em paisagens anteriormente não utilizadas traria enormes custos financeiros associados a perdas de polinização, proteção costeira, abastecimento de água e carbono armazenado.
Também é provável que os preços globais de alimentos aumentem à medida que o setor agrícola é atingido pela perda da natureza, com os preços a subirem cerca de 8% para a madeira, 6% para o algodão, 4% para as oleaginosas e 3% para as frutas e legumes até 2050 .
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