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Economia mundial será afetada em 436 mil milhões de euros pelas alterações climáticas

Segundo um estudo do World Wildlife Fund, as alterações climáticas vão penalizar em 436 mil milhões de euros a economia mundial até 2050. As economias dos Estados Unidos, do Reino Unido e do Japão serão as mais afetadas.
12 Fevereiro 2020, 12h18

A perda da biodiversidade provocada pelo agravamento das alterações climáticas vai roubar 436 mil milhões de euros à economia global até 2050. Feitas as contas, os Estados Unidos, o Japão e o Reino Unido serão os grandes afetados com uma perda conjunta de 167 mil milhões de euros, de acordo com um estudo do World Wildlife Fund (WWF), divulgado esta quarta-feira.

Segundo a tabela da WWF, a Índia surge em quarto lugar com perdas de 18,4 mil milhões de euros, a Austrália registará danos avaliados em 18 mil milhões e o Brasil será o sexto país mais atingido com prejuízos na ordem dos 12,9 mil milhões de euros. No que toca às perdas abaixo dos 10 mil milhões, esta ONG aponta  a Coreia do Sul (9,2 mil milhões de euros), a Noruega (7,9), a Espanha (7,8) e França (7,7).

Sem ação urgente para proteger a natureza, a instituição de caridade ambiental alerta que o impacto mundial causado pela erosão costeira, perda de espécies e declínio de ativos naturais das florestas para a pesca poderá custar um total de quase 9,4 biliões de euros à economia mundial nos próximos 30 anos.

O documento explica que a perda parece ser modesta, afetando apenas 0,67% das rendas global em 2050. Mas a estimativa é conservadora e o total provavelmente será muito maior, caso áreas como a Antártica continuem a aquecer a um ritmo mais acelerado, causando um maior aquecimento e um aumento dos níveis do mar superior às previsões.

“[O estudo] analisou apenas seis serviços de ecossistemas, então isso é quase certamente uma subestimação”, conta Karen Ellis, diretora de economia sustentável do WWF. “Os custos reais são provavelmente muito maiores. Esta é a primeira tentativa de fazer uma avaliação tão abrangente, portanto essa é uma estimativa preliminar ”, disse ela.

Num dos primeiros exercícios desse tipo, o relatório afirma que o aumento do uso de combustíveis fósseis e a expansão da agricultura e do desenvolvimento urbano em paisagens anteriormente não utilizadas traria enormes custos financeiros associados a perdas de polinização, proteção costeira, abastecimento de água e carbono armazenado.

Também é provável que os preços globais de alimentos aumentem à medida que o setor agrícola é atingido pela perda da natureza, com os preços a subirem cerca de 8% para a madeira, 6% para o algodão, 4% para as oleaginosas e 3% para as frutas e legumes até 2050 .

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