A economia portuguesa deve ter abrandado em cadeia já no primeiro trimestre deste ano, estima o Fórum para a Competitividade, isto apesar de o consumo privado manter um dinamismo assinalável e o sector da construção ter mostrado um comportamento positivo. Ainda assim, após um final de 2024 “muito forte”, o arranque deste ano deve mostrar já uma desaceleração.
Na nota trimestral de ‘Perspetivas Empresariais’ do think-tank nacional é projetado um abrandamento em cadeia no primeiro trimestre deste ano após um quarto trimestre de 2024 “muito forte”. Neste início de 2025, “o consumo privado parece ter mantido um dinamismo significativo, mas não tão dinâmico como no final do ano, enquanto o sector da construção terá mantido um bom desempenho” ao qual se juntam as exportações, embora “com uma volatilidade significativa”.
Ainda assim, o Fórum mantém em aberto a possibilidade de a economia nacional alcançar os 2% de crescimento este ano, apontando a um intervalo entre 1,5% e 2%. Para o próximo ano, a economia deve estabilizar entre 1,4% e 2%.
O consumo continua a expandir ao “ritmo mais elevado desde 2000”, mas a poupança também é destacada ao atingir “o valor mais elevado desde o 2º trimestre de 2004, se excetuarmos o período excecional da pandemia”. No entanto, o esperado abrandamento da atividade irá pesar sobre o consumo, que não deverá manter este dinamismo ao longo do ano.
Na componente externa, o arranque de 2025 foi positivo, contando com um forte contributo das encomendas de produtos farmacêuticos – encomendas essas que, embora sendo “pontuais, têm-se repetido e poderão repetir-se, a menos que as tarifas alterem por completo as atuais relações comerciais”. A deterioração do panorama comercial internacional irá afetar Portugal, considera a nota, embora os efeitos líquidos não sejam ainda claros, dado que “será de esperar que a China tente compensar a perda do mercado dos EUA com vendas muito significativas na UE, a preços muito competitivos, criando dificuldades às empresas portuguesas, mesmo as que não são concorrentes diretas dos produtos chineses”.
O Fórum denota ainda que a descida dos juros pode não se traduzir num aumento expressivo do investimento, fruto da incerteza colocada sobre a economia global, mas sublinha igualmente os máximos de 20 anos registados em termos de encomendas no sector da construção.
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