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Economia portuguesa com saldo positivo até março

As empresas (não financeiras) foram o único sector residente a apresentar necessidade de financiamento (1,3% do PIB).
10 Julho 2023, 11h45

O Banco de Portugal publicou hoje as contas nacionais financeiras relativas ao primeiro trimestre de 2023 e a informação sobre as interligações entre sectores. “No ano acabado no primeiro trimestre de 2023, a economia portuguesa teve um saldo positivo, ou seja, uma capacidade de financiamento sobre o exterior, de 0,6% do PIB”, revela o banco central.

O sector financeiro, os particulares e as administrações públicas registaram um saldo positivo de 1,4%, 0,4% e 0,1% do PIB, respetivamente.

As empresas (não financeiras) foram o único sector residente a apresentar necessidade de financiamento (1,3% do PIB).

O banco central detalha que a transferência dos ativos e das responsabilidades do Fundo de Pensões da Caixa Geral de Depósitos (CGD) para a Caixa Geral de Aposentações (CGA) gerou um conjunto de fluxos entre as sociedades financeiras, as famílias e as administrações públicas, mas sem impacto nas capacidades de financiamento destes sectores. “Com esta operação, o sector financeiro financiou os particulares em 1,2% do PIB, que, por sua vez, financiaram as administrações públicas no mesmo montante”, explica o BdP.

Além desta operação, os particulares foram financiados pelo sector financeiro através do aumento dos empréstimos bancários, mas também da redução dos depósitos. Em sentido contrário, os particulares financiaram as administrações públicas mediante a aquisição de Certificados de Aforro, parcialmente compensada pela amortização de Certificados do Tesouro, em 4,8% do PIB.

Por sua vez, as administrações públicas utilizaram o financiamento líquido recebido dos particulares e a capacidade de financiamento gerada no período (0,1% do PIB) para financiar o resto do mundo e o sector financeiro. Isto é, amortizaram títulos de dívida detidos por esses sectores, adquiriram títulos de dívida pública emitidos por não residentes e aumentaram os depósitos junto do banco central.

As empresas foram financiadas, em termos líquidos, pelo resto do mundo em 3,5% do PIB, através da aquisição, por não residentes, de ações e outras participações emitidas pelo setor. Por sua vez, os particulares reduziram as suas participações nas empresas.

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