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Economia portuguesa financiou o exterior em 2,9% do PIB até ao segundo trimestre, revela BdP

No ano acabado no segundo trimestre de 2024, a economia portuguesa financiou o exterior, em 2,9% do PIB, a maior capacidade de financiamento desde o início de 2014.
10 Outubro 2024, 11h39

No ano acabado no segundo trimestre de 2024, a economia portuguesa financiou o exterior, em 2,9% do PIB, a maior capacidade de financiamento desde o início de 2014, revela o Banco de Portugal que divulgou hoje as contas nacionais financeiras relativas ao segundo trimestre de 2024 e a informação sobre as interligações entre setores.

Os particulares, o setor financeiro e as administrações públicas registaram um saldo positivo de 3,4%, 2,0% e 1,2% do PIB, respetivamente e as empresas não financeiras foram o único setor residente a apresentar necessidade de financiamento (3,6% do PIB), adianta o banco central.

O setor financeiro financiou, em termos líquidos, o resto do mundo em 3,4% do PIB, devido, sobretudo, à redução das responsabilidades em numerário e depósitos perante o exterior (de 2,6% do PIB).

Adicionalmente, as sociedades financeiras financiaram as administrações públicas e as empresas não financeiras em 1,0% e 0,7% do PIB, respetivamente.

Já o financiamento líquido das sociedades financeiras às administrações públicas foi determinado pela redução das responsabilidades em numerário e depósitos (de 3,9% do PIB), parcialmente compensada pelo desinvestimento líquido do setor financeiro em títulos de dívida pública portuguesa (de 2,8% do PIB), revela o BdP.

Setor financeiro financiado em 3,1% do PIB pelos particulares

Por sua vez, o setor financeiro foi financiado, em termos líquidos, pelos particulares em 3,1% do PIB, devido ao aumento de ativos dos particulares em depósitos com prazo superior a um ano.

Já os particulares foram financiados pelas administrações públicas em 0,8% do PIB.

Até ao segundo trimestre de 2024, os particulares desinvestiram em certificados de aforro, pelo que se inverteu a relação de financiamento entre este setor e as administrações públicas, explica o BdP.

O financiamento líquido das administrações públicas às empresas não financeiras, de 1,1% do PIB, foi influenciado sobretudo pela contabilização de valores a receber associados à prorrogação do prazo do Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Coletivas (IRC), segundo o banco central.

Por sua vez, as empresas não financeiras foram financiadas, em termos líquidos, pelo resto do mundo em 1,2% do PIB, sobretudo através da compra, por não residentes, de ações e outras participações. Este efeito foi parcialmente compensado pelo aumento dos ativos das empresas não financeiras, por via de empréstimos concedidos a entidades de grupo residentes no exterior.

Em resumo, a economia portuguesa financiou o exterior em 2,9% do PIB; os particulares, o setor financeiro e as administrações públicas registaram saldos positivos de 3,4%, 2,0% e 1,2% do PIB, respetivamente; e as empresas não financeiras foram o único setor residente a apresentar necessidade de financiamento (3,6% do PIB).

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