“Atualmente, depois do crescimento de 2,1% no primeiro trimestre e de 1,9% no segundo trimestre, a meta de crescimento do Governo é perfeitamente exequível, sendo provável que possa ser ultrapassada”, afirmou à Lusa António Ascensão Costa, coordenador do Grupo de Análise Económica do ISEG.
O economista adiantou que “vão nesse sentido revisões recentes do Banco de Portugal e da Comissão Europeia, que fixaram as suas mais recentes previsões de crescimento em 2%” este ano.
António Ascensão Costa acrescentou que, “por agora, o ISEG considera como mais prováveis, para o crescimento do PIB em 2019, os valores de 1,9% ou 2,0%”, que já pertenciam ao intervalo de previsão inicial.
“No essencial, com um crescimento desta ordem, a economia portuguesa, tendo desacelerado, ficará razoavelmente acima do crescimento médio esperado da área euro (1,1% na mais recente previsão da Comissão Europeia), tendo resistido bem à maior desaceleração do crescimento na região”, comentou ainda o coordenador do Grupo de Análise Económica do ISEG.
Rui Bernardes Serra, economista-chefe do Montepio, também considera que a meta do Governo é alcançável.
“A nossa previsão anual para 2019 é de um crescimento de 2%, pelo que é exequível a meta do Governo de 1,9%”, afirmou o economista à Lusa, acrescentando que, “para tal, basta que a economia cresça mais de 0,22% em cadeia no terceiro e quarto trimestres”.
Pedro Brinca e João Duarte, professores da Nova SBE, também alinham a previsão de crescimento económico deste ano com a Comissão Europeia.
“Para o ano de 2019 espera-se um crescimento de 2% do PIB, acima da meta de crescimento estabelecida pelo Governo no Programa de Estabilidade 2019-2023 (1,9%)”, a mesma previsão enviada pelo executivo a Bruxelas, em 15 de outubro, no Projeto de Plano Orçamental para 2020, disseram à Lusa os professores da Nova SBE.
“Note-se que esta meta foi revista em baixa relativamente aos valores previstos no Orçamento de Estado para 2019 (2,2%)”, acrescentaram.
A previsão mais otimista para o crescimento da economia portuguesa no conjunto de 2019, entre os economistas ouvidos pela Lusa, é da Universidade Católica.
“O que nos parece mais provável é um crescimento anual de 2,1% este ano”, afirmou à Lusa João Borges de Assunção, professor da Universidade Católica, recordando que a Comissão Europeia reviu em alta a sua previsão de crescimento do PIB português para 2% em 2019, na semana passada.
O economista adiantou que é “claro que ainda há alguma incerteza, em particular sobre se o abrandamento da zona euro se propagará para Portugal ainda durante este ano ou apenas no próximo”.
Contudo, João Borges de Assunção acrescentou que “em termos qualitativos não há uma grande diferença entre crescer 1,9% ou 2,1% este ano” e “as diferenças de opinião centram-se agora sobre o crescimento em 2020 e 2021”.
“Na nossa opinião, o cenário mais provável é o de um abrandamento nos próximos dois anos, ainda que mantendo um diferencial favorável face à zona euro”, frisou João Borges de Assunção.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga na quinta-feira a estimativa rápida das Contas Nacionais Trimestrais, ou seja, os primeiros números sobre a evolução do Produto Interno Bruto (PIB) entre julho e setembro.
Os economistas ouvidos pela Lusa antecipam que a economia portuguesa tenha crescido, em média, 0,4% no terceiro trimestre face aos três meses anteriores, abaixo do registado no trimestre anterior, e 2% relativamente ao mesmo período do ano passado.
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