O INE divulga esta quinta-feira a estimativa rápida da evolução do PIB entre julho e setembro, depois de a economia ter crescido 1,9% no segundo trimestre. A média dos valores estimados pelos economistas consultados pelo Jornal Económico aponta para a manutenção de um crescimento de 1,9% em termos homólogos, embora seja previsível uma desaceleração no crescimento em cadeia, de 0,6% para 0,3%.
A previsão mais otimista é do Núcleo de Estudos de Conjuntura da Economia Portuguesa (NECEP) da Universidade Católica. Numa nota de análise publicada em outubro, antecipa um crescimento de 2,1% em termos homólogos, mas “sem alteração significativa face aos níveis de crescimento do trimestre anterior”.
As estimativas mais conservadoras pertencem ao BPI, que para o terceiro trimestre antecipa uma desaceleração homóloga para 1,7% sobretudo devido à deterioração da procura externa, em particular a exportações.
Rui Bernardes Serra, economista chefe do Montepio que respondeu ao Jornal Económico a título pessoal, prevê que a economia nacional mantenha o ritmo de expansão de 1,9% em termos homólogos, mas que haja uma desaceleração no ritmo em cadeia.
“A principal causa para o abrandamento da economia prende-se com os efeitos do abrandamento da economia europeia sobre a economia portuguesa, que só a partir do terceiro trimestre se começaram a sentir”, explica.
Segundo o economista, o crescimento em cadeia da economia deverá ter sido apenas suportado pela procura interna, com as exportações líquidas a penalizar o crescimento.
“Em todo o caso, refira-se que o crescimento em cadeia da economia portuguesa terá superado o da zona euro pelo sétimo trimestre consecutivo”, destaca.
Em resposta ao Jornal Económico, fonte oficial do Santander justificou a desaceleração do PIB em cadeia com o abrandamento do consumo privado, “fruto de uma potencial queda do consumo de bens duradouros”. O investimento também poderá ter abrandado, “fruto do aumento da incerteza relacionado com a conjuntura internacional, em especial ao impacto latente de um Brexit sem acordo e guerras comerciais”, explica o banco.
Já as exportações “poderão ter acelerado em termos homólogos, apesar do impacto negativo do encerramento da refinaria de Sines em setembro”, enquanto as importações “deverão ter desacelerado, embora o impacto da aquisição de aviões e do encerramento da refinaria de Sines, possa ter mitigado ou mesmo revertido essa tendência”.
No esboço orçamental para 2020, enviado para Bruxelas, o Governo projecta que o PIB cresça 1,9% este ano.
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