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ECS põe à venda 20 hotéis Nau em Portugal por mais de mil milhões de euros, avança PropertyEU

O site especializado em imobiliário PropertyEU avança que, de acordo com especialistas de mercado, a carteira deverá ser vendida com um desconto, mas deverá ficar ligeiramente acima de mil milhões de euros, o que o tornaria no maior negócio imobiliário fechado em Portugal este ano.
15 Fevereiro 2021, 14h19

Na sequência da notícia divulgada pelo Jornal Económico, com o título “ECS põe à venda fundos de reestruturação de 1,5 mil milhões de euros“, a revista internacional especializada no sector imobiliário PropertyEU noticiou que a a empresa portuguesa de private equity ECS Capital colocou no mercado um portefólio de cerca de 20 unidades hoteleiras NAU em Portugal por um preço superior a mil milhões de euros.

Entre as propriedades hoteleiras que estão à venda está o Palácio do Governador, hotel de cinco estrelas em Lisboa, além de outros noves hotéis da marca NAU, no Algarve e no Alentejo. O portfólio dos fundos inclui também outros ativos, como os centros comerciais La Vie, situados no Funchal, Guarda, Porto ou Caldas da Rainha.

As unidades hoteleiras dos fundos que estão à venda são todas administradas pela NAU, uma operadora criada pela ECS em 2018 para administrar os ativos e incluem, para além do Palácio do Governador, o luxuoso “Lago Montargil & Villas” no Alentejo, mas também vários ativos no Algarve, como São Rafael Atlântico, Salema Beach Village, Salgados Vila das Lagoas, Salgados Palace, Morgado Golf & Country Club , Salgados Palm Village Apartments & Suites, Salgados Dunas Suites e São Rafael Suites.

O processo de venda, conhecido por Projecto Crow, envolve a alienação de dois fundos de recuperação detentores de propriedades hoteleiras espalhadas por Portugal, bem como de alguns terrenos em desenvolvimento e outros activos comerciais de menor dimensão, incluindo alguns centros comerciais, por um valor total bruto de activos de mais de 1,4 mil milhões de euros.

Os detentores das unidades de participação de dois dos fundos geridos pela ECS são os bancos Caixa Geral de Depósitos, Novo Banco, Millennium BCP mas também o Santander Totta e a Oitante (ex-Banif).

Tal como noticiou o Jornal Económico, as propostas não vinculativas são esperadas até ao fim do mês de fevereiro.

A Bain Capital, o Brookfield, o Blackstone, o Cerberus, o Fortress, o Davidson Kempner Capital Management, o H.I.G. Capital e o Kildare Partners são os candidatos que se perfilam para entregar propostas, a que se pode juntar a Arrow Global (que está a ser alvo de uma oferta de compra pela gestora de fundos de private equity TDR Capital).

A Lone Star garantiu ao Jornal Económico que não está na corrida aos fundos de reestruturação da ECS Capital. Recorde-se que a Lone Star é dona de 75% do Novo Banco, que é uma das instituições que tem elevada exposição a estes fundos de reestruturação.

O site especializado em imobiliário PropertyEU avança que, de acordo com especialistas de mercado, a carteira deverá ser vendida com um desconto, mas deverá ficar ligeiramente acima de mil milhões de euros, o que o tornaria no maior negócio imobiliário fechado em Portugal este ano.

A ECS não tem intermediários financeiros na operação, mas, segundo a PropertyEU os interessados estão a ser assessorados por vários corretores, incluindo a CBRE e a JLL.

A ECS, fundada por António de Sousa e Fernando Esmeraldo, passou a ter uma participação nas unidades hoteleiras na sequência da crise financeira, quando os principais bancos portugueses tiveram de retirar do balanço os ativos problemáticos para reforçar a sua solidez. Na sequência dessa movimento, alguns dos imóveis foram transferidos para dois fundos de recuperação geridos pela ECS, ficando os bancos com uma participação inferior a 20% cada. Desde então, os bancos têm vindo a registar perdas com estes ativos financeiros.

 

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