Estrategicamente colocadas no cruzamento de rotas atlânticas, foram as primeiras a ser descobertas. Porto Santo em 1419, a Madeira em 1420. Mas eis que a pluma desliza, caprichosa, adiantando-se. Vamos pô-la na ordem, pois o episódio pelo qual queremos iniciar este périplo madeirense envolve a sétima arte. E um exercício de memória cinematográfica, que pode fazer a caminho de Machico, a “primeira cidade” do arquipélago, ou não tivesse sido neste local que desembarcaram João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira. É para a “entrada” da reserva que seguimos, i.e. para o Caniçal, cuja fundação remonta a 1561, com cerca de 15 casais. É das mais antigas paróquias e situa-se na zona mais larga de uma península cujas características geológicas lhe conferiram o estatuto de reserva natural desde 1982. É aqui também que podemos encontrar a única praia da ilha com areia natural, conhecida como Prainha. É no Caniçal que pode visitar o Museu da Baleia da Madeira, que visa preservar a memória desta atividade no arquipélago. E agora que falamos de memória, retomamos o tal exercício que também envolve juntar “neurónios e sétima arte”. Foi precisamente no Caniçal que, em 1925, foram filmadas as cenas de caça à baleia do mítico filme de John Huston “Moby Dick”.
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