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EDP anuncia venda de 80% da central a carvão de Pecém no Brasil

A energética liderada por Miguel Stilwell d’Andrade vai garantir 100% da gestão do projeto de hidrogénio renovável de 1,25 MW que iniciou operações em dezembro do ano passado no complexo de Pecém.
20 Setembro 2023, 20h43

A EDP – Energias de Portugal vai vender 80% da central a carvão de Pecém, localizada no estado brasileiro do Ceará, cujo valor de mercado ascende a 1,9 mil milhões de reais (cerca de 366 milhões de euros), naquele que é um “importante marco na concretização do objetivo estratégico do grupo de ser coal free até ao final de 2025″.

“A EDP – Energias de Portugal, através da sua subsidiária integralmente detida EDP – Energias do Brasil, celebrou um Acordo de Compra e Venda com um grupo de investidores brasileiros coordenado pela Mercurio Asset para a venda de uma participação de 80% na Pecém Geração de Energia e, sob determinadas condições, uma opção de venda dos restantes 20% até ao final do PPA, refletindo um Enterprise Value implícito de BRL 1,9 mil milhões para 100% da central”, anunciou a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) num comunicado emitido ao início da noite desta quarta-feira.

A energética liderada por Miguel Stilwell d’Andrade ressalva que vai garantir 100% da gestão do projeto de hidrogénio renovável de 1,25 MW que iniciou operações em dezembro do ano passado no complexo de Pecém.

“A EDP continuará a avaliar o potencial de desenvolvimento de projetos de hidrogénio renovável de maior escala na região”, acrescenta a empresa na mesma nota.

A central brasileira, que tem uma capacidade de 720 MW, “desempenha um papel importante no apoio à segurança do fornecimento de eletricidade à região Nordeste do Brasil, onde o consumo de eletricidade e a capacidade de produção de energia renovável têm vindo a crescer de forma constante”, acrescenta o comunicado,

“A central dispõe de um PPA de capacidade regulada que vigora até julho de 2027, com receitas atualizadas à inflação e ajustadas à disponibilidade técnica e ao despacho decidido pelo ONS, o operador do sistema elétrico brasileiro. Após um máximo histórico na geração registada em 2021, resultante da seca extrema no Brasil, o ONS não emitiu qualquer despacho para esta central nos últimos 16 meses, devido aos recentes níveis elevados dos reservatórios hidrelétricos na região. Os compradores iniciaram estudos para a conversão da central para outras fontes de combustível, como o gás natural e misturas com hidrogénio ou biomassa, através de um Plano de Transição Energética baseado nas melhores práticas internacionais de descarbonização”, é possível ler ainda na nota da CMVM.

Sobre o objetivo de “ser coal free até ao final de 2025″, a empresa diz que, “em relação às últimas 3 centrais a carvão ainda no seu portfólio, localizadas em Espanha, continua ativamente a desenvolver planos de descomissionamento das centrais de Soto e de Los Barrios, as quais exigem autorizações por parte do operador do sistema elétrico respetivo, bem como um plano de conversão da central de Aboño de carvão para gás”.

No final de agosto, a EDP – Energias de Portugal anunciou a conclusão da aquisição das ações remanescentes em circulação da EDP Brasil, passando a deter, de forma agregada, 100% do capital social da EDP Brasil.

EDP com 100% da EDP Brasil após aquisição potestativa

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