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EDP conclui venda da CEM em Macau à China Three Gorges

A Energia Ásia era uma subsidiária detida a 50% pela EDP e 50% pela ACE Asia Co. Ltd. cujo único ativo é a participação de 21,2% na Companhia de Electricidade de Macau – CEM. A China Three Gorges, grupo estatal chinês que é o maior acionista da EDP, é a nova acionista da elétrica de Macau.
1º EDP: A empresa liderada por Miguel Stilwell mantém a liderança das marcas valiosas, com um valor de mercado de 2,4 mil milhões de euros, apesar de ter desvalorizado 4%.
17 Junho 2024, 18h54

A EDP concluiu esta segunda-feira a venda de uma participação de 50% que o Grupo EDP detinha na Energia Ásia Consultoria à China Three Gorges International Limited, por uma contrapartida total de cerca de 100 milhões de euros.

A Energia Ásia era uma subsidiária detida a 50% pela EDP e 50% pela ACE Asia Co. Ltd., cujo único ativo é a participação de 21,2% na Companhia de Electricidade de Macau – CEM, que atua como concessionária exclusiva nas atividades de transmissão, distribuição e comercialização de eletricidade em Macau desde 1985.

A informação segue a comunicação ao mercado feita no dia 29 de dezembro de 2023. Na altura, a EDP tinha anunciado ao mercado a venda da sua participação na Companhia de Eletricidade de Macau (CEM), a concessionária exclusiva nas atividades de transmissão, distribuição e comercialização de eletricidade em Macau desde 1985.

Na altura, a energética explicou, em comunicado enviado à CMVM, que vendeu à China Three Gorges os 50% que tinha na Energia Ásia Consultoria, entidade cujo único ativo é a participação de 21,2% na CEM, sinalizando a celebração de “um contrato de compra e venda” desta participação com a CTG e que a transação deveria render 100 milhões de euros, “sujeita a ajustamentos até à conclusão da transação”.

“Esta transação está totalmente alinhada com o Plano de Negócio 2023-2026 da EDP, permitindo a realocação do seu capital nas suas atividades principais”, refere a empresa em comunicado.

Sector financeiro português é o único que continua presente em Macau

A venda da operação da EDP em Macau representa o fim definitivo de uma era em que várias grandes empresas portuguesas tinham participações relevantes em Macau, nomeadamente nos sectores da energia e das telecomunicações, que adquiriram durante os anos 80, numa altura em que o Estado português procurava assegurar alguma influência no território. Estava-se então em contagem decrescente para a transferência para a República Popular da China – que teria lugar em 1999 – e Portugal queria deixar um território desenvolvido e onde existisse um legado luso relevante.

Findo esse processo e com a entrega de Macau à China, a Portugal Telecom foi a primeira a sair do território. Em 2013, a operadora de telecomunicações era liderada por Zeinal Bava e decidiu desfazer-se de um conjunto de anéis não-estratégicos, incluindo a participação de 28% que detinha na Companhia de Telecomunicações de Macau (CTM). Esta participação foi vendida à Citic por mais de 300 milhões de euros.

As últimas participações relevantes detidas por grandes empresas portuguesas que persistem atualmente são do sector financeiro. A Caixa Geral de Depósitos ainda é dona do Banco Nacional Ultramarino (BNU), que continua a ser o banco emissor da pataca, a moeda daquela Região Administrativa Especial chinesa. Também o BCP e outros bancos portugueses têm presença em Macau, bem como a seguradora Fidelidade.

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