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EDP emite dívida verde híbrida a 30 anos e Moody’s atribui rating Baa3

A Moodys atribuiu uma classificação de longo prazo Baa3, com um “outlook” estável à dívida subordinada híbrida, que a EDP lançou hoje no mercado.
20 Maio 2025, 13h36

A Moody’s Ratings atribuiu hoje um rating de longo prazo Baa3 ao Instrumento Subordinado de Taxa Fixa para Redefinição  (Fixed to Reset rate Subordinated Instrument) ou seja, o “Híbrido” subordinado da EDP.

A EDP está no mercado para uma emissão de dívida subordinada híbrida verde a 30 anos, avançou esta terça-feira a Bloomberg que adianta ainda que o juro indicativo no arranque da emissão deverá ficar entre 5,125% e os 5,25%. São títulos com uma taxa fixa até 27 de fevereiro de 2032 e, a partir daí, o juro passa a ser variável, a cada cinco anos, caso não haja reembolso.

A emissão de híbridos subordinados tem uma maturidade a 30 anos (27 de maio de 2055), mas estas obrigações podem ser resgatadas a partir de 27 de novembro de 2031 e até 27 de fevereiro de 2032. Sendo que a operação destina-se apenas a investidores profissionais e contrapartes elegíveis.

Os “bookrunners” são o GS, HSBC, BofA, CaixaBI, JPM, Mediobanca, MUFG, Natixis, NatWest Markets e Santander.

A agência de rating diz que  o tamanho e a conclusão do Híbrido estão sujeitos às condições de mercado. A perspetiva é estável.

“A classificação Baa3 atribuída ao Híbrido está um nível abaixo da classificação do rating Baa2 da EDP, refletindo as características do Híbrido. Estes instrumentos têm uma classificação inferior a todas as obrigações de dívida sénior, mas são superiores a todas as classes de capital social, bem como aos dois híbridos subordinados júnior em circulação (o híbrido de 750 milhões de euros emitido em janeiro de 2020 e o híbrido de 750 milhões de euros emitido em fevereiro de 2021). Por outro lado, o rating abaixo do emitente está relacionado com o facto de o instrumento de divida ter um limite de 5 anos para o diferimento do cupão; e por fim pelo facto de ter um prazo de vencimento contratual de 30 anos.

“Na nossa opinião, o Hybrid tem características semelhantes às do equity que lhe permitem receber o tratamento Basket ‘M’ , ou seja, 50% de crédito de equity e 50% de dívida para efeitos de alavancagem financeira. As características do Híbrido incluem o diferimento opcional do cupão com liquidação obrigatória dos juros em atraso após um período de cinco anos; um prazo contratual de 30 anos; nenhum aumento do cupão antes do ano 10 e o aumento não excederá um total de 100 pontos base depois disso”, refere a Moody’s.

“Uma vez que a classificação do Híbrido está posicionada em relação a outra classificação da EDP, uma alteração na nossa prática de classificação relativa; ou a classificação de emissor Baa2 da EDP, poderão afetar a classificação do Híbrido”, adverte.

A Moddy’s diz que as notações da EDP são sustentadas pelo seu compromisso em manter métricas financeiras sólidas; pela sua diversificada mistura geográfica e empresarial, que ajuda a moderar a volatilidade dos lucros; pelos resultados estáveis ​​provenientes da geração contratada e das redes reguladas, que representam cerca de 60% do EBITDA do grupo; e pela baixa intensidade de carbono da sua frota de geração de energia e a estratégia de abandonar a geração de energia a carvão até 2025, o que a posiciona bem no contexto da transição energética.

Por outro lado, as classificações da EDP estão condicionadas “pela volatilidade dos lucros resultante das variações da produção hídrica na Península Ibérica e, em menor medida, dos recursos eólicos a nível global; pela exposição residual da geração comercial da EDP aos preços voláteis da energia grossista; pelos riscos de execução associados aos gastos de capital significativos do grupo ao longo de 2025-26: pela exposição a riscos políticos e regulamentares em Portugal (Governo de Portugal, A3 estável), Espanha (Governo de Espanha, Baa1 positivo) e Brasil (Governo do Brasil, Ba1 positivo); e pelas participações minoritárias no grupo, que aumentam a complexidade”.

Por fim, a Moody’s diz que “a perspetiva estável reflete a nossa expectativa de que, no contexto do seu plano de investimento de capital e política de dividendos, a EDP manterá métricas financeiras consistentes com a orientação para uma classificação Baa2, incluindo fundos de operações (FFO)/dívida líquida pelo menos na faixa superior de 15%, e cash flow retido (RCF)/dívida líquida pelo menos na faixa inferior de 15%, em termos percentuais”.

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