O fundo Elliott quer incluir uma proposta de deliberação para ser votada na assembleia-geral de acionistas da EDP, numa espécie de moção de censura à oferta pública de aquisição (OPA) da China Three Gorges (CTG). Os norte-americanos querem que os acionistas da elétrica se pronunciem sobre o fim da blindagem de votos, que está atualmente limitada a 25% do capital. Se a alteração ao limite máximo de votos for chumbada pelos acionistas, a OPA da CTG está morta, acredita o fundo Elliott.
“A Elliott acredita que a proposta de deliberação– sobre a alteração dos estatutos da EDP para eliminar o atual limite máximo de 25% dos direitos de voto – irá clarificar a situação atual da EDP face à Oferta, ultrapassando assim o atual impasse e dando à EDP um caminho claro para o futuro”, segundo um comunicado divulgado pela Elliott esta quinta-feira, 28 de março. A assembleia-geral de acionistas da EDP vai ter lugar a 24 de abril.
“Caso a deliberação não obtenha uma maioria qualificada de dois terços dos acionistas presentes na Assembleia Geral Anual de 24 de abril de 2019, o limite de voto permanecerá em vigor. Tal resultado deve não só permitir o fim imediato da Oferta na sua forma atual, como também proporcionar à Sociedade a certeza necessária para planear o futuro”, pode-se ler no documento.
A CTG, que detem atualmente 23,27% da EDP, impôs que uma das condições para o sucesso da sua oferta era precisamente a desblindagem dos votos da elétrica. Se fosse aprovada, isto significaria que a CTG poderia votar acima dos 25%, caso reforçasse a sua participação no âmbito da OPA.
No seu comunicado, a empresa fundada por Paul Elliott Singer critica a não-evolução da OPA da China Three Gorges, que foi lançada em maio de 2018. “Desde o seu ínicio, há mais de dez meses, a oferta da CTG tem estado parada, tendo o efeito prático de dificultar o progresso da EDP em diversas frentes. A proposta de deliberação da Elliott oferece uma oportunidade a todos os acionistas – incluindo a CTG – de ajudar a resolver o impasse atual. Uma votação permitiria aos acionistas da EDP pôr fim à incerteza causada pela Oferta da CTG, o que, por sua vez, permitiria à administração da EDP prosseguir uma estratégia de otimização e investimento do portfólio mais ambiciosa”, argumenta a Elliott.
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