O presidente da EDP para a América do Sul disse ter a “certeza absoluta” de que a concessão de prestação de serviços públicos de energia elétrica no estado brasileiro do Espírito Santo vai ser renovada.
“Tenho certeza absoluta que a renovação vai ser feita. Penso que há um consenso da parte do regulador e do Ministério das Minas e Energia”, disse na quinta-feira à imprensa João Marques da Cruz, à margem do evento “EDP na COP – Do Espírito Santo ao Pará”, relativamente à Conferência das Nações Unidas para o Clima (COP30) que será realizada em novembro na Amazónia.
“É uma questão de mais dia menos dia”, frisou.
A concessão que a EDP tem desde julho de 1995 no Espírito Santo termina a julho em 2025.
Na mesma ocasião, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, que lidera o consórcio dos governadores para a ação climática, também se mostrou confiante na renovação: “tenho a certeza que vai dar certo”.
Em declarações à Lusa, no encerramento do evento na capital do estado, Vitória, João Marques da Cruz sublinhou que a aposta na América do Sul, e especialmente no Brasil, é para continuar a ser reforçada.
Para já, existe o compromisso de investimento de 25 mil milhões de reais (3,77 mil milhões de euros, ao câmbio atual) até 2030, sendo que a EDP fará no último trimestre do ano “uma atualização do seu plano de negócios e dos números para o investimento nas várias regiões”, disse.
“O Brasil é o centro da América Latina e as oportunidades, objetivamente, nós queremos investir em transmissão, vai haver leilões de transmissão este ano, nós estamos a estudar já esses lotes, se ganhamos ou não, não sabemos”, sublinhou.
Outra das apostas da empresa no futuro será no “investimento em distribuição, investimento em transmissão, investimento em geração renovável, investimento no mercado livre de energia”, considerou.
“Porque não nos podemos esquecer que o Brasil vai liberalizar o mercado em 2030 e haverá 214 milhões de novos consumidores em mercado livre”, disse.
No final de fevereiro, a empresa anunciou que João Marques da Cruz deixará a presidência da EDP no Brasil e na América do Sul em 31 maio e será substituído por João Brito Martins.
João Brito Martins desempenha funções no grupo EDP desde 2005, tendo sido diretor-geral da EDP Espírito Santo, entre 2017 e 2020, no Brasil e posteriormente vice-presidente de Distribuição da EDP Brasil, até dezembro de 2021. Em janeiro de 2022, foi designado administrador da E-Redes em Portugal.
Também na quinta-feira, os acionistas da EDP aprovaram em assembleia-geral (AG) a distribuição de dividendos relativos, num total de 836,8 milhões de euros, segundo um comunicado, publicado pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
A proposta do Conselho de Administração da EDP inclui a “aplicação de resultados relativos ao exercício de 2024, no montante global de 817.399.283,34 euros”, sendo que para a Fundação EDP vai uma dotação de um milhão de euros e para resultados transitados 816,3 milhões de euros.
Foram também aprovados dividendos de 836,8 milhões de euros, um valor que corresponde a um dividendo bruto de 0,20 euros por ação.
No Brasil, a EDP oferece soluções energéticas para empresas, como energia solar e venda de eletricidade no mercado livre. Também assegura a distribuição de energia a cerca de 3,8 milhões de clientes nos estados de São Paulo e Espírito Santo.
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