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EDP emite 750 milhões em dívida verde

Esta é a primeira ida ao mercado do ano da elétrica portuguesa.
1º EDP: A empresa liderada por Miguel Stilwell mantém a liderança das marcas valiosas, com um valor de mercado de 2,4 mil milhões de euros, apesar de ter desvalorizado 4%.
9 Janeiro 2024, 10h25

A EDP vai hoje aos mercados emitir dívida verde com uma maturidade de 6,5 anos, revela a “Refinitiv”. Esta é a primeira ida ao mercado da elétrica portuguesa este ano.

Em comunicado divulgado ao final da tarde desta terça-feira, a EDP anunciou que “fixou hoje o preço de uma emissão de títulos representativos de dívida verde sénior no montante de €750 milhões, com vencimento em julho de 2030 e cupão de 3,5%”.

“Esta emissão destina-se ao financiamento ou refinanciamento, no todo ou em parte, do portefólio de projetos “Green” elegíveis da EDP, que consiste em projetos renováveis tal como definidos no “Green Finance Framework” da EDP, disponível no respetivo website”, segundo a elétrica.
A última ida ao mercado teve lugar em setembro de 2023, com a emissão de 1.350 milhões de euros com maturidades em 2029 e em 2032.

Na ocasião, o grupo liderado por Miguel Stilwell d’Andrade anunciou que as duas emissões seriam usadas para “financiar ou refinanciar, na totalidade ou em parte, os projetos verdes da EDP, consistindo em projetos renováveis”.

Na segunda-feira, o Goldman Sachs anunciou uma revisão em alta do preço-alvo do grupo EDP em 10 cêntimos para 5,40 euros.

A contribuir para esta revisão em alta está a “maior contribuição” da energia hídrica na Península Ibérica, com maiores volumes e preços mais elevados, e também uma redução da dívida líquida.

O GS identifica vários riscos para a operação da EDP: atrasos no programa de fomento dos EUA, o IRA; adição de nova capacidade abaixo do esperado; depreciação do dólar e do real; preços de energia abaixo do esperado; taxas de juro soberanas mais altas o que aumentaria a taxa de desconto, o que é “negativo numa indústria de capital-intensivo”.

Ao mesmo tempo, o Goldman Sachs cortou a recomendação da EDP Renováveis para ‘neutra’, mas manteve o preço-alvo a 12 meses nos 19,50 euros, um potencial de valorização acima de 10% face ao fecho anterior.

“Vemos mais valorização noutros locais e assim cortamos a ação para ‘neutra’ (de ‘comprar’)”, escrevem os analistas do banco norte-americano.

O GS argumenta que já poderão ter sido atingidos os picos das taxas de juro e que um cenário de taxas de juro elevadas favorece “ativos de longa duração, de capital intensivo, especialmente os que registam crescimento duradouro (eletrificação) como as renováveis”.

Já as receitas deverão recuperar em 2024, preveem os analistas. “Antes dos ganhos da rotação de ativos, estimamos um crescimento de 25% do EBITDA, mais do que dobrando o lucro líquido, graças a preços de energia resilientes (…) e adições de capacidade”, pode-se ler.

Mas os analistas também deixam um alerta sobre a estratégia de rotação de ativos, considerando que limita a rentabilidade da empresa. “Entre 2024-2026, esperamos um ROIC (retorno sobre capital investido) de cerca de 7% antes dos ganhos de rotação de ativos. Na nossa opinião, este nível de rentabilidade abaixo dos peers reflete a estratégia de rotação de ativos – com desinvestimento em projetos mais antigos onde os lucros têm beneficiado de uma atualização da inflação para acrescentar novos ativos que entregam um lucro líquido limitado – e a pobre rentabilidade em certas regiões. Acreditamos que um uso menos proeminente da rotação de ativos, a renegociação de contratos PPA e o arranque das baterias vai eventualmente (fortemente) melhorar a rentabilidade”, segundo a nota.

A EDP está a subir 0,13% para 4,55 euros na sessão de hoje, enquanto a EDP Renováveis recua 0,46% para 17,27 euros.

  • Notícia atualizada com comunicado da EDP
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