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EDPR prevê vender dois mil milhões em ativos este ano para financiar novas centrais

Duas vendas já foram fechadas e mil milhões de euros em ativos deverão ficar concluídos até ao verão, com os restantes mil milhões fechados na segunda metade do ano. Operações vão ajudar a financiar dois gigas de energias renováveis, com o investimento a atingir três mil milhões este ano.
1º EDP: A empresa liderada por Miguel Stilwell mantém a liderança das marcas valiosas, com um valor de mercado de 2,4 mil milhões de euros, apesar de ter desvalorizado 4%.
12 Maio 2025, 07h00

A EDP Renováveis (EDPR) prevê vender dois mil milhões de euros em ativos este ano. O dinheiro encaixado com estas operações vai ajudar a companhia a investir em novas centrais de eletricidade.

Para este ano, a previsão é investir três mil milhões de euros brutos em novas centrais para construir um total de dois gigawatts de nova potência eólica e solar, com um gigawatt já em construção nos EUA.

“Já fechámos duas transações, temos alguns outros processos que já estão em estado razoavelmente avançado, daremos notícias antes do verão”, disse Miguel Stilwell d’Andrade ao JE.

“Há uma outra metade dos processos que provavelmente só fecham lá mais para o final do ano, mas os sinais que estamos a receber do mercado é que continua a existir procura, entidades que querem comprar estes ativos, e do ponto de vista de múltiplos, continuamos a ver números bastantes interessantes”, acrescentou o presidente-executivo do grupo EDP e da EDPR ao JE.

Na chamada com os analistas, o gestor destacou que “uma grande parte” da estratégia de investimento da EDPR é o “programa de rotação de ativos. Como sabem, esperamos gerar cerca de dois mil milhões de euros em vendas este ano, o que vai ajudar a financiar este investimento bruto”, que está estimado em três mil milhões de euros para este ano.

O executivo apontou que a EDPR antecipa “mil milhões de euros em transações assinados até ao verão. O total de vendas de dois mil milhões ficará fechado na segundo metade do ano. E estas transações vão obviamente apoiar o nosso guidance financeiro para 2025″.

A capacidade instalada da EDPR já supera os 19 gigawatts, tendo sido adicionados quase 3 gigas nos três primeiros meses do ano.

“Estamos a falar de quase 20 gigawatts de vento, solar e baterias. Penso que isto dá nos escala, e as economias de escala correspondentes que poucas outras companhias de renováveis têm”, afirmou, perante os analistas e investidores na quinta-feira.

Sobre o apagão ibérico registado a 28 de abril, Miguel Stilwell d’Andrade disse que a empresa ainda não tinha uma “estimativa do impacto” e disse esperar que o fluxo entre os dois países “normalize” depois de vários dias com as importações interrompidas: “mas não esperamos que tenha impacto material”.

Sobre as novas centrais com mecanismo black-start, com uma delas a pertencer à EDP, a barragem do Alqueva, disse que a remuneração prevista fica “por um único digito baixo”, não atingindo a casa das dezenas de milhões, afirmou na chamada com analistas na sexta-feira.

A companhia vai também realizar uam atualização do plano estratégico em novembro deste ano, com novas previsões para 2026 e os anos seguintes.

Sobre o interesse de outras empresas na EDP, ou a entrada de novos acionistas, disse estar “muito confortável com a atual estrutura” e garante que o foco é fazer “crescer a companhia, ser mais eficiente”, promover uma “boa remuneração acionista”: “este é o nosso foco”.

“Temos um outlook positivo para a Ibéria, para as redes. Estamos a sentir-nos bem com o negócio”, rematou.

Tarifas de Trump: CEO da EDPR aponta que impacto é “bastante imaterial”

O impacto das tarifas impostas por Donald Trump é “bastante imaterial”, disse o CEO da EDP Renováveis ao JE.

A companhia prevê um impacto negativo de 25 milhões de dólares em 2025/26 das tarifas. o que equivale a 1% do capex previsto para os EUA, mas este é o “pior cenário possível”. “Achamos que até pode ser menos do que isso”, segundo Miguel Stilwell d’Andrade.

A companhia conta com 1,1 gigawatts em construção nos EUA, prevendo construir 1,3 gigas até ao final de 2026. A empresa disse já ter garantido a cadeia de abastecimento para os projetos norte-americanos, assegurando fornecedores dos EUA para substituir os chineses.

Sobre eventuais alterações ao programa de fomento nos EUA, o IRA, o CEO disse na chamada com analistas que o programa conta com o apoio de tanto congressistas democratas como de republicanos.

CEO da EDPR defende redes elétricas mais modernas e robustas depois de apagão ibérico

O CEO da EDP Renováveis defendeu redes de eletricidade mais robustas e modernas depois do apagão ibérico de dia 28 de abril.

Miguel Stilwell d’Andrade disse que o evento destacou a importância da “robustez, fiabilidade e adaptabilidade” do sistema elétrico.

Defendeu assim um “investimento contínuo em infraestruturas de redes, armazenamento e outras fontes” numa chamada com analistas na quinta-feira.

Para o futuro, considera que as renováveis vão continuar a desempenhar um “papel crucial no sistema energético”.

O crescimento das energias renováveis deve ser acompanhado por “uma maior sofisticação do sistema de eletricidade”, referiu.

Sobre o desempenho das equipas da EDP e da E-Redes durante o apagão ibérico, congratulou o seu trabalho: “as equipas reagiram muito bem”.

Lucros da EDP disparam mais de 20%

Os lucros da EDP subiram 21% para 428 milhões de euros no primeiro trimestre face a período homólogo.

Já o lucro recorrente subiu 19% para 439 milhões “suportado pelo aumento do EBITDA recorrente em 83 milhões, e menor peso dos resultados atribuíveis a interesses minoritários, que mais do que compensaram o aumento de custos com amortizações e custos financeiros”.

O EBITDA recorrente subiu 6% para 1,4 mil milhões de euros com a expansãoda capacidade renovável (13%), mais eletricidade produzida (5%) e o aumento da base de ativos de redes de eletricidade na Ibéria (2%), a par da subida de preços de eletricidade nos EUA e no mercado ibérico, que “mais do que compensou a ausência de ganhos com rotação de ativos” no primeiro trimestre, versus os 134 milhões de ganhos em período homólogo.

Lucros da EDP Renováveis afundam 24%

Os lucros da EDP Renováveis afundaram 24% para 52 milhões de euros no primeiro trimestre face a período homólogo.

A pesar no resultado líquido, está o impacto negativo de 13 milhões de euros na rubrica de depreciações e amortizações, “relacionado com a depreciação acelerada do projeto eólico Meadow Lake IV nos EUA, com um plano de re-potenciação em curso baseado em fundamentos sólidos”.

Já o resultado líquido recorrente desceu 4% para 66 milhões de euros, com o EBITDA recorrente a subir 5% para 477 milhões de euros, impulsionado por um crescimento de 5% nas vendas de eletricidade à boleia de uma subida de 10% na produção numa altura em que o preço médio de venda desceu 5%.

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