Edwin Poots foi eleito líder do Partido Democrático Unionista (DUP) com a promessa de remodelar o maior partido da Irlanda do Norte e aumentar a oposição à fronteira do Mar da Irlanda. Poots, ministro da Agricultura, derrotou por pouco Sir Jeffrey Donaldson, deputado do DUP: 19 votos contra 17, obtidos num colégio eleitoral composto pelos oito deputados com lugar em Westminster e 28 membros da assembleia irlandesa.
A margem apertada, dizem os comentadores, refletiu a profunda divisão sobre a direção do partido e pode complicar os esforços de Poots para garantir a sua autoridade. Aos 55 anos, o novo líder é da ala conservadora cristã do partido e assume-se coimo um criacionista – acredita que o planeta tem seis mil anos, o que, dizem os críticos, pode impedir esforços para captar novos eleitores.
Paula Bradley, de 51 anos, membro da assembleia irlandesa e mais liberal que o novo líder do partido, foi eleita vice-presidente do DUP, derrotando o veterano deputado da Câmara dos Comuns Gregory Campbell por dois votos. Bradley disse que manterá uma postura “crítica” face ao novo líder.
Poots disse entretanto que não está interessado em ser primeiro-ministro – nomearia outro membro do partido para poder concentrar-se na reestruturação do DUP, mas não vai deixar de ser ministro da Agricultura.
A mudança da cúpula do partido dá-se numa altura em que os unionistas prometem intensificar os protestos contra o protocolo da Irlanda do Norte – ao mesmo tempo que o Partido Unionista do Ulster (UUP) está também em processo de escolha de um novo líder. Para complicar o momento, os irlandeses do Sinn Féin estão a pressionar para a realização de um referendo sobre a unificação.
A primeira disputa pela liderança nos 50 anos de história do DUP seguiu-se a uma revolta contra Foster, considerada culpada pela fronteira pós-Brexit no Mar da Irlanda. Dentro do Parlamento, Poots é visto como um pragmático que negociou acordos com o Sinn Féin e o governo irlandês.
Boris Johnson deu os parabéns a Poots, o mesmo tendo feito o primeiro-ministro irlandês Micheal Martin. Alguns analistas preveem que as tensões acumuladas acabarão por determinar eleições legislativas antecipadas para o parlamento da Irlanda do Norte (o Stormont).
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