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Efacec assegura que “reúne todas as condições” para pagar salários e a fornecedores

Empresa afasta qualquer cenário de incumprimento, após Isabel dos Santos, que detém perto de 70% da Efacec, ter alertado hoje em comunicado de que o congelamento de contas das suas empresas se estende ao bloqueio de ordens de pagamento de salários, impostos a fornecedores e à Segurança Social.
  • DR Eneias Rodrigues/LUSA
20 Fevereiro 2020, 13h25

A empresa Efacec, que emprega mais de dois mil trabalhadores,  assegurou, nesta quinta-feira, 20 de fevereiro, que reúne todas as condições para honrar os compromissos acordados com todos os seus colaboradores e fornecedores. Empresa afasta, assim, qualquer cenário de incumprimento após a empresária angolana Isabel dos Santos, que detém perto de 70% da Efacec, ter alertado hoje em comunicado de que o congelamento de contas das suas empresas se estende ao bloqueio de ordens de pagamento de salários, impostos, a fornecedores e à Segurança Social.

Em comunicado, o Conselho de Administração da Efacec Power Solutions volta a reiterar que a “a Efacec e os seus acionistas são entidades distintas”. E ainda que a empresa “tem uma gestão independente e reúne todas as condições para honrar os compromissos acordados com todos os seus colaboradores e fornecedores, não estando colocada a possibilidade de não pagamento de salários ou incumprimento dos seus compromissos”.

A posição da Efacec surge no seguimento das notícias que dão conta, segundo um comunicado de Isabel dos Santos, de que em Portugal, ao contrário do que aconteceu nos arrestos em Angola, “a justiça entendeu arrestar e congelar contas bancárias, bloqueando todo e qualquer movimento e, consequentemente, impedindo o funcionamento operacional e normal de qualquer organização”.

Para a empresária em causa está ”o  cabal cumprimento das suas obrigações de pagar a trabalhadores, à Autoridade Tributária, Segurança Social e fornecedores, não podendo ser imputado às administrações das empresas responsabilidades criminais ou outras por falhas de tais pagamentos, já que as mesmas, a ocorrer, não se devem à sua vontade, mas sim ao congelamento das contas bancárias”.

Isabel dos Santos defende que é de “capital importância as empresas poderem retomar a operar com toda a normalidade para que possam cumprir como lhes é exigido com todas as suas obrigações com todos os seus “stakeholders” e todos seus trabalhadores”.

Em comunicado, a Efacec realça ainda nesta quinta-feira, 20 de Fevereiro, que “a empresa está focada na gestão operacional do dia a dia e a equipa de gestão está, em conjunto com diversos stakeholders, a apoiar a reestruturação acionista, para que esta se realize com a maior brevidade possível

 

Efacec não tem contas congeladas

Na semana passada, a empresa Efacec tinha já esclarecido que não tem as contas congeladas, reforçando que “está a operar a todos os níveis”

No dia em que o Ministério Público requereu o arresto de contas bancárias da empresária Isabel dos Santos, no âmbito do pedido de cooperação judiciária internacional das autoridades angolanas, a Efacec veio esclarecer, em comunicado, que a empresa e os seus accionistas “são entidades distintas”, pelo que as contas da empresa “não foram congeladas, nem em Portugal nem em qualquer outro país”.

A Efacec garantiu ainda que “está a operar a todos os níveis”, continuando a desenvolver e a participar em projectos nas áreas da energia, ambiente e mobilidade.

No documento, o Conselho de Administração da Efacec expressou também “o seu agradecimento pelo apoio fundamental que tem recebido por parte dos seus clientes, fornecedores, instituições bancárias e colaboradores”.

O Ministério Público confirmou a 11 de Fevereiro que requereu o arresto de contas bancárias da empresária Isabel dos Santos, no âmbito do pedido de cooperação judiciária internacional das autoridades angolanas

 

Isabel dos Santos põe participação maioritária da Efacec à venda

Isabel dos Santos é suspeita de gestão danosa e evasão fiscal num processo que está a ser investigada em Angola e envolve uma transferência de 115 milhões de dólares.

Em 24 de Janeiro, a Efacec Power Solutions anunciou que a empresária angolana Isabel dos Santos, envolvida no denominado processo “Luanda Leaks”, decidiu “sair da estrutura accionista” da empresa, “com efeitos definitivos”, tendo os seus representantes renunciado aos cargos no grupo.

Em comunicado divulgado na altura, o Conselho de Administração da Efacec Power Solutions refere que Isabel dos Santos informou o órgão que “decidiu sair da estrutura accionista” do grupo, “com efeitos definitivos”.

Assim, na sequência desta decisão, “Mário Leite da Silva renunciou ao cargo de presidente do Conselho de Administração”, bem como o advogado “Jorge Brito Pereira”, que “renunciou ao cargo de presidente da assembleia-geral da Efacec Power Solutions, ambos com efeito imediato”.

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