A Parpública entregou o parecer com a avaliação das propostas vinculativas à compra dos 71,73% da Efacec na quarta-feira, dia 22 de fevereiro, à meia-noite, com vista a ir ao Conselho de Ministros de dia 23, tal como estava previsto na agenda e foi noticiado pelo Jornal Económico, mas o Conselho de Ministros que vai discutir a lista de candidatos que vão passar a negociações para melhoria das propostas foi adiado para esta semana, uma vez que o parecer ficou mais complexo com os motivos da exclusão do Cahors Group.
A avaliação das propostas feita pela Parpública com os seus assessores financeiros e jurídicos incluía os motivos da exclusão do consórcio dos franceses Cahors que tinham entrado à última da hora para se juntarem aos espanhóis da Properus Alliance que, por sua vez, já estavam na corrida e que antes tinham um parceiro chinês. Em causa estão elementos que estavam em falta e não foram obtidos a tempo do final do prazo dos 10 dias estipulado para a avaliação das seis propostas vinculativas entregues na passada segunda-feira, dia 13.
A Parpública tinha até quinta-feira da semana passada para fazer a avaliação das seis propostas vinculativas para a compra dos 71,73% da Efacec Power Solutions e emitir um parecer que será discutido em Conselho de Ministros.
Na quarta-feira de manhã, antes do parecer da Parpública ser entregue ao final da noite, o ministro da Economia, António Costa Silva, dizia no Parlamento que “vamos manter as seis propostas em discussão e analisar com cada uma delas algumas particularidades para depois se fazer a seleção final”. O ministro disse ainda que prevê ter a proposta final no fim de março e início de abril. No Parlamento António Costa Silva adiantou que a equipa da Parpública com os assessores “está a trabalhar no mecanismo do SPA (Sales and Purchase Agreement) para terem 15 dias e no fim do março e início de abril termos as Best and Final Offer (Bafo)”.
Na altura o ministro voltou a dizer que dos sete que estavam no processo todos se mantiveram e avançaram com propostas vinculativas, sendo que dois se juntaram em consórcio.
O Jornal Económico confirmou que o consórcio Properus/Cahors foi excluído, notícia avançada pelo “Jornal Eco”. Com este consórcio de fora, restam cinco candidatos que passam à segunda fase.
As propostas portuguesas são da Oxy Capital, sociedade de private equity de Miguel Lucas, da Mota-Engil e de um consórcio composto pela Sodecia e Visabeira. Já as duas propostas estrangeiras são do fundo alemã Mutares, que fez uma proposta para a totalidade da empresa e está empenhado em chegar a acordo com o Governo, e do fundo Oaktree.
O fundo Mutares anunciou recentemente a compra de 100% da Jayme da Costa, o que pode reforçar a sua posição na candidatura à compra da Efacec, lançada no final de 2022 pela Parpública.
Na semana passada António Costa Silva disse que “temos de vender a Efacec na sua globalidade, e a maioria das propostas vão nesse sentido”, revelou o ministro. Alguns do compradores, mesmo os internacionais “querem preservar a marca Efacec”.
Entretanto, o Jornal Económico apurou que a Mota-Engil apresentou uma proposta, mas não pela totalidade das áreas de negócio da Efacec. Ao contrário do consórcio português composto pelas empresas industriais Sodecia e Visabeira que apresentou uma oferta vinculativa pela totalidade da Efacec.
Há propostas para injetar já dinheiro na Efacec e com exigências de garantias “aceitáveis”, avançou Costa Silva que revelou ainda que há propostas que incluem mecanismos de recuperação futura do investimento que foi feito pelo Estado, revelou. Mecanismos esses condicionados à performance futura da companhia.
Sobre as garantias de financiamento, o ministro disse que alguns candidatos querem uma “parceria ligeira com Estado em alguns dos itens, o que será aceitável”.
Na resposta aos deputados, esta quarta-feira no âmbito da Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação, o ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, disse que “dada a situação da empresa, dificilmente o valor injetado pelo Estado vai ser refletido no preço de venda. O que estamos a tentar é o Estado ter acesso a mecanismos de recuperação, por exemplo, uma percentagem do free cash-flow ser partilhado pelo Estado, quando a Efacec for recuperada”.
Os maiores credores da empresa são os bancos e o Estado, dono de 71,73%, deu garantias nesses empréstimos. “Vamos ter de repartir com o comprador a responsabilidade para com os credores”, disse.
O ministro admite que há propostas que querem um haircut da dívida mas diz que estão em negociações com os proponentes e por isso não pode avançar com mais detalhes neste momento.
O Jornal Económico não conseguiu obter comentários nem da Parpública, nem do Ministério da Economia, nem do Ministério das Finanças.
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com