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Eficiência energética diminuiu potencial de aquecimento global em 2019

O INE aponta a melhoria da eficiência energética e a redução da relação entre as emissões e a procura de energia como os principais contribuintes para a redução do potencial de aquecimento global que, em 2019, caiu para 4,7%.
  • David Gray/Reuters
13 Outubro 2021, 18h15

O potencial de aquecimento global (GWP, sigla em inglês) — estudado com base na emissão de vários tipos de gases — diminuiu, em 2019, para 4,7%, enquanto que o potencial de formação de azono troposférico — calculado pela soma do total de emissões de compostos orgânicos voláteis não metânicos e pelas emissões de óxidos de azoto — aumentou em 0,2%. Esta diminuição ocorreu numa altura em que se assistia a um crescimento económico.

Segundo os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), esta quarta-feira, o GWP atingiu 66,2 milhões de toneladas de equivalente de dióxido de carbono (CO2) em 2019, diminuindo 4,7% face ao ano anterior. Este resultado, explica, foi determinado pelo comportamento das emissões de CO2 dado que as emissões dos restantes gases do GWP — metano e oxido nitroso — aumentaram.

Com esta diminuição verificada, acrescenta o INE, “o GWP atingiu em 2019 o valor mais baixo da série iniciada em 1995 tendo decrescido 7,1% relativamente ao ano anterior”.

Analisando a intensidade das emissões do GWP por ramo de atividade, a diminuição da intensidade das emissões do GWP em 2019 deveu-se, essencialmente, à redução observada no sector da energia, água e saneamento, que perdeu 19,1%. Contudo, no  período compreendido entre 2010 e 2019, este mesmo sector foi o que registou a menor diminuição da intensidade das emissões de GWP, cerca de menos 3%, em comparação com os decréscimos na indústria (-21,4%), na construção (-10,4%), na agricultura, silvicultura e pesca (-6,4%) e nos transportes, informação e comunicação (-3,2%)

Os ramos de atividade com mais emissões de CO2 foram a energia, água e saneamento e indústria, perfazendo 53,4% do total. Por sua vez, a  agricultura, silvicultura e pesca emitiram as maiores quantidades de metano e óxido nitroso (N2o) — 75,7% e 48,5%, pela mesma ordem.

De acordo com o INE, uma forma complementar para descrever a evolução das emissões de GWP baseia-se na sua decomposição em quatro fatores potencialmente geradores: população, PIB per capita, indicador de intensidade energética (rácio entre a procura de energia e o PIB em volume) e relação entre emissões de GWP e procura de energia.

Quanto aos fatores que contribuíram para o decréscimo das emissões de GWP, o INE aponta a  melhoria da eficiência energética (redução do indicador de intensidade energética) e a redução da relação entre as emissões e a procura de energia, evidenciando o progressivo recurso a fontes de energia menos poluentes.

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