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Eleições Açores: André Ventura diz que açorianos vão provocar um “terremoto político” no domingo

Durante a sua intervenção, o líder nacional do partido sublinhou que “os Açores não vão dar só o pontapé de saída”, mas vão “mostrar que o Chega não é um homem aos gritos no parlamento”: “É um povo inteiro a gritar nas ruas que quer mudar a face do país”.
  • Nuno Veiga / Lusa
23 Outubro 2020, 08h29

O líder do Chega afirmou na quinta-feira à noite que os açorianos vão provocar um “terremoto político” no domingo, dia das eleições legislativas regionais, manifestando-se convicto de que o partido vai tornar-se na terceira força partidária da região.

“Leiam os meus lábios. No domingo à noite os Açores vão provocar em Portugal um verdadeiro terremoto político ao tornarem o Chega a terceira força política”, afirmou André Ventura, durante um jantar comício num restaurante da Ribeira Grande, na ilha de São Miguel, no penúltimo dia de campanha eleitoral.

Durante a sua intervenção, o líder nacional do partido sublinhou que “os Açores não vão dar só o pontapé de saída”, mas vão “mostrar que o Chega não é um homem aos gritos no parlamento”: “É um povo inteiro a gritar nas ruas que quer mudar a face do país”.

“O que quero é que os deputados eleitos [pelo Chega] para a Assembleia Legislativa dos Açores não façam sequer igual, que façam mais e melhor barulho e defendam os açorianos com mais força do que o André Ventura faz [na Assembleia da República]”, acrescentou perante cerca de 100 militante e apoiantes, entre os quais o líder regional do partido, Carlos Furtado, que é também cabeça de lista pelo círculo da ilha de São Miguel.

Ventura não poupou críticas ao Governo Regional dos Açores, liderado pelo socialista Vasco Cordeiro, que acusou de “controlar tudo” e criar uma “cultura de medo nas pessoas”, muito por conta da disponibilização de “subsídios”.

“Não aceito que haja pessoas nos cafés o dia todo sem fazer absolutamente nada, enquanto outros trabalham. […] Hoje, no mercado, diziam-me alguns produtores que até queriam empregar pessoas, mas eles preferem estar em casa com o rendimento mínimo de inserção social”, criticou, afirmando que o partido tem como objetivo tornar a região mais “forte, digna e justa”.

Outro dos alvos das críticas do líder do Chega foi o CDS-PP, partido que acusou de estar “sempre a dizer que é de direita”, mas que depois “dá a mão ao PS quando o PS precisa”.

“Não nos esquecemos qual é o partido de direita, mas que afinal está sempre a pensar na sua vida e nos acordo que pode fazer na região. Nós não nos esquecemos de governos do PS viabilizados pelo CDS. Nós não seremos o CDS”, afirmou, garantindo que o Chega “não se vai vender por secretarias regionais ou ministérios”.

Nas eleições regionais açorianas existe um círculo por cada uma das nove ilhas (São Miguel, Terceira, Faial, Pico, São Jorge, Graciosa, Santa Maria, Flores e Corvo) e um círculo regional de compensação, reunindo os votos que não foram aproveitados para a eleição de parlamentares nos círculos de ilha.

Ao todo, são 13 as forças políticas que se candidatam aos 57 lugares da Assembleia Legislativa Regional: PS, PSD, CDS-PP, BE, CDU, PPM, Iniciativa Liberal, Livre, PAN, Chega, Aliança, MPT e PCTP/MRPP.

O Chega concorre por oito dos dez círculos, deixando de fora as duas ilhas do grupo ocidental, as Flores e o Corvo.

Nas anteriores legislativas açorianas, em 2016, o PS venceu com 46,4% dos votos, o que se traduziu em 30 mandatos no parlamento regional, contra 30,89% do segundo partido mais votado, o PSD, com 19 mandatos, e 7,1% do CDS-PP (quatro mandatos).

O BE, com 3,6%, obteve dois mandatos, a coligação PCP/PEV, com 2,6%, um, e o PPM, com 0,93% dos votos expressos, também um.

O PS governa a região há 24 anos, tendo sido antecedido pelo PSD, que liderou o executivo regional entre 1976 e 1996.

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