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Elevador da Glória: Plano de manutenção “estava em dia”, segundo GPIAAF

O plano de manutenção do elevador da Glória, em Lisboa, “estava em dia” e na manhã do acidente foi feita uma inspeção visual programada, que não detetou qualquer anomalia no cabo ou nos sistemas de travagem das duas carruagens.
epa12350268 Rescuers and firefighters operate at the scene after the Gloria funicular cable railway derailed in Lisbon, Portugal, 03 September 2025. At least three people died in the derailment, with emergency services reporting that several were injured and others are still trapped at the scene. EPA/MIGUEL A. LOPES
6 Setembro 2025, 20h17

O plano de manutenção do elevador da Glória, em Lisboa, “estava em dia” e na manhã do acidente foi feita uma inspeção visual programada, que não detetou qualquer anomalia no cabo ou nos sistemas de travagem das duas carruagens.

Estas constatações estão na Nota informativa (NI) hoje publicada pelo Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF), e à qual a agência Lusa teve acesso, sobre o descarrilamento do elevador, na quarta-feira, causando 16 mortos e 22 feridos.

Segundo o GPIAAF, “o ascensor está sujeito a um plano de manutenção a cumprir pelo prestador de serviços, o qual prevê variados níveis de intervenção com periodicidades diferenciadas, de acordo com o âmbito e extensões das intervenções”.

Estes níveis de intervenção vão, explica este organismo público, desde grandes revisões a cada quatro anos até inspeções visuais diárias rotineiras aos elementos de segurança visíveis, com diversas outras inspeções e intervenções com periodicidade intermédia.

“Segundo as evidências observadas até ao momento, o plano de manutenção previsto estava em dia e na manhã do dia do acidente havia sido realizada a inspeção visual programada, a qual não detetou qualquer anomalia no cabo e nos sistemas de frenagem dos veículos”, revela a NI.

O GPIAAF acrescenta que “as evidências confirmam que o sistema de emergência existente no volante de inversão localizado no cimo da Calçada da Glória, para em caso de perda de força no cabo, proceder ao corte de energia às cabinas, funcionou como previsto, o que teria como efeito a aplicação imediata e automática do freio pneumático em cada uma delas”.

“Neste momento ainda não foi possível proceder às verificações de confirmação de que o sistema de aplicação automática do freio pneumático nos veículos como resultado da perda da força do cabo no trambolho tenha ou não funcionado”, adianta este organismo.

No entanto e independentemente disso, o GPIAAF sublinha que “as evidências indicam que o freio pneumático e também o freio manual foram rapidamente aplicados pelo guarda-freio da cabina n.º 1 [a que descarrilou]”.

“Mas que na configuração existente, os freios não têm a capacidade suficiente para imobilizar as cabinas em movimento sem estas terem as suas massas em vazio mutuamente equilibradas através do cabo de ligação. Desta forma, não constitui um sistema redundante à falha dessa ligação”, salienta a investigação.

O elevador da Glória, em Lisboa, descarrilou na quarta-feira, causando 16 mortos e 22 feridos.

O elevador da Glória é gerido pela Carris, liga os Restauradores ao Jardim de São Pedro de Alcântara, no Bairro Alto, num percurso de 276 metros e é muito procurado por turistas.

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