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Elvira Fortunato, a pioneira na eletrónica de papel

A ideia de usar o papel como um “material eletrónico” é uma daquelas invenções que fazem avançar o mundo. Em 2016, esta ideia tornada realidade por Elvira Fortunato, abriu portas para futuras aplicações em produtos farmacêuticos, embalagens inteligentes ou microchips recicláveis, sem esquecer páginas de jornal ou revista com imagens em movimento.
3 Abril 2021, 20h00

A ideia de usar o papel como um “material eletrónico” é uma daquelas invenções que fazem avançar o mundo. Em 2016, esta ideia tornada realidade por Elvira Fortunato, abriu portas para futuras aplicações em produtos farmacêuticos, embalagens inteligentes ou microchips recicláveis, sem esquecer páginas de jornal ou revista com imagens em movimento. A cientista, professora catedrática e Vice-Reitora da Universidade NOVA de Lisboa, engenheira de formação, especialista em Microeletrónica e Optoelectrónica, soma uma larga lista de invenções e inovações onde se destaca o transístor de papel. O resultado do trabalho que desenvolveu juntamente com a sua equipa de investigação no laboratório CENIMAT na NOVA foi determinante para o estabelecimento em Portugal de um Laboratório Colaborativo vocacionado para o papel eletrónico. Em 2020, a Comissão Europeia distingiu o seu trabalho pioneiro usando materiais sustentáveis e com processamento completo à temperatura ambiente, e de grande impacto na indústria eletrónica mundial, com o prémio Horizon Impact Award 2020 da Comissão Europeia.

Em março foram-lhe atribuídos mais dois, com poucos dias de intervalo: o WFEO GREE Award Women 2020, o maior prémio internacional de Engenharia destinado a distinguir o trabalho desenvolvido por mulheres do ramo em todo o mundo, atribuído pela World Federation of Engineering Organizations, por proposta da Ordem dos Engenheiros; e o Prémio Pessoa, iniciativa do Expresso com o patrocínio da CGD, que visa reconhecer portugueses com um papel significativo na atividade cultural e científica do país. Também a Assembleia da República lhe rendeu homenagem, com a atribuição no mês passado, de uma Medalha de Ouro Comemorativa do 50.º Aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos. O motivo? A sua investigação num projeto de desenvolvimento de um biossensor ecológico que, com um impacto ambiental reduzido, vai permitir detetar de forma rápida a presença de coronavírus nas estações de tratamento de águas residuais. O Eco2Covid utiliza tecnologia de baixo custo, já desenvolvida para outras funções.

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