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Em 2022 foram 60% os bancos que contrataram crédito à habitação com taxa fixa

A maioria das instituições (60%) são da opinião que a procura de crédito com taxa de juro fixa e mista aumentará em 2023, enquanto 20% consideram que irá diminuir.
10 Maio 2023, 22h12

Em 2022, 60% das instituições inquiridas contrataram crédito à habitação com taxa fixa e 70% concederam-no com taxa mista. Os dados são do Relatório de Estabilidade Financeira de meio que foi apresentado esta tarde por Mário Centeno e Clara Raposo.

A prática comercial nas instituições inquiridas é muito diversificada, observando-se um máximo de 26% nos novos contratos com taxa fixa e 73% na percentagem de contratos com taxa mista. “As médias são, respetivamente, 5% e 22%”.

Depois “75% das instituições que não concederam crédito com taxa de juro fixa e/ou mista em 2022 planeavam oferecer esta alternativa contratual em 2023”, lê-se no relatório.

A proporção de novos empréstimos à habitação com algum tipo de fixação da taxa de juro contratual aumentou nos últimos anos em Portugal, representando cerca de 15% do montante de novos empréstimos em 2022.

Apesar da quase totalidade das instituições da amostra deter crédito à habitação com taxa de juro fixa e mista, a sua relevância na carteira das instituições varia muito. A quota máxima do stock de crédito à habitação com taxa de juro fixa era 11% em dezembro de 2022 (média 2%), enquanto a proporção máxima de crédito à habitação com taxa de juro mista era 42% (média de 8%).

A maioria das instituições (60%) são da opinião que a procura de crédito com taxa de juro fixa e mista aumentará em 2023, enquanto 20% consideram que irá diminuir. “Quando existe, a oferta de taxa de juro fixa ou mista é apresentada ao cliente no momento inicial da negociação ou simulação do crédito à habitação”, diz o documento.

“A contratação de um crédito à habitação com taxa de juro fixa ou mista reduz a incerteza associada à capacidade de serviço da dívida dos mutuários, em particular na atual conjuntura de subida das taxas de juro, o que foi destacado pela larga maioria das instituições às quais foi dirigido o questionário (90%)”, refere.

Metade das instituições utiliza contratos plain vanilla (swaps de taxas de juro) para cobrir o risco de taxa de juro decorrente da concessão de empréstimos à habitação a taxa fixa/mista, enquanto as restantes utilizam contratos desenhados à medida (tailor made), os quais cobrem o risco de taxa de juro e o risco de resgate antecipado. 60% das instituições considera que o custo de cobertura aumenta o preço do empréstimo.

Em dezembro de 2022, 90% do stock de empréstimos para aquisição de habitação tinha sido contratado com taxa de juro variável. Esta caraterística do mercado de crédito à habitação português traduziu-se numa transmissão rápida do aumento das taxas de juro diretoras do BCE ao valor da prestação suportada pelas famílias, da mesma forma que tinham beneficiado durante o período de redução das taxas.

Hoje o Governador do Banco de Portugal disse que acredita que o BCE se aproxima da “taxa terminal, mas mesmo chegando ao fim o ciclo de subidas do Banco Central Europeu (BCE), “o aperto da política monetária não termina nesse dia”, o que traz é mais previsibilidade.

O mercado fala numa subida ainda de 40 pontos base.

A inflação no médio prazo vai determinar a subida dos juros, mas Mário Centeno acredita que em fim de 2024 e inicio de 2025 se aproximará dos 2%. Para que este ciclo de política monetária possa amadurecer e parar o ciclo de subidas.

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