Um relatório divulgado recentemente pelo IMD – Institute for Management Development revelou que Portugal caiu seis posições no ranking de Competitividade Mundial, ocupando, agora, o 42º lugar.

Das 63 economias classificadas, Portugal volta a posicionar-se na metade inferior da tabela, contrariando a tendência positiva de subida no ranking desde 2019. Entre os 235 indicadores avaliados, destaque para um dos piores resultados no que diz respeito à implementação da tecnologia big data & analytics (61º), ferramentas cada vez mais importantes para as empresas.

Portugal terá, por isso, e sob pena de continuar a cair nesta lista, de perceber em que nível de maturidade analítica se encontram as empresas nacionais e, de forma eficaz, encontrar e implementar estratégias que lhe permitam posicionar-se e destacar-se no mercado internacional.

É, por isso, urgente adotar metodologias que permitam avaliar a maturidade analítica do tecido empresarial português. Mas em que se deverá basear esta análise? A que deverá responder? A base deste estudo deve centrar-se, desde logo, na definição do termo “maturidade analítica”, que está relacionada com a qualidade (ou a falta dela) com que uma organização utiliza os dados disponíveis.

Uma organização com um grau de maturidade analítica elevado terá dados e análises profundamente incorporados, de forma transversal, em todos os departamentos, desde a base ao topo da hierarquia, evitando que os processos de tomada de decisão sejam realizados de forma instintiva, com pouco rigor e análise.

As vendas são, sem dúvida, um excelente exemplo da importância que os modelos de análise assumem. Uma empresa com baixa maturidade analítica tenderá a rever os preços periodicamente, por  sensibilidade, tendo em vista apenas a rentabilidade. No entanto, e à medida que progride no seu nível de maturidade, começará a recorrer a métodos analíticos que lhe permitirão fazer a correta definição de promoções.

Já uma empresa analiticamente madura terá  s preços continuamente atualizados por modelos capazes de reagir automaticamente a novos padrões de procura. A automatização da previsão gerará antecipação e, com esta, será possível potenciar as respostas a eventuais problemas.

Seguir uma metodologia distinta, baseada no senso comum e em ideias pré-concebidas e, por vezes, obsoletas, será o primeiro passo para as empresas continuarem a caminhar em direção ao abismo. Não pensemos, contudo, que este processo analítico se poderá fazer de “um dia para o outro”. Trata-se de um esforço constante, que se realiza passo a passo, sendo que o primeiro passa por diagnosticar o estado em que se encontra a empresa.

Depois, existe um sem número de processos a que se pode aplicar os resultados, desde a estratégia e organização, passando pelas operações, pelo cliente e pelas vendas ou, até mesmo, pela gestão de recursos humanos. A componente tecnológica e a utilização de ferramentas de previsão, com recomendações de ações a tomar, assumem, também, um papel fundamental neste processo e podem revolucionar o método de trabalho das empresas.

No panorama volátil em que a sociedade se encontra, há que agir rápido. A oportunidade de otimizar os processos de decisão, identificar oportunidades e as ameaças do negócio e avaliar os riscos traduz-se como uma vantagem competitiva, um “ponto extra” infelizmente em falta no nosso país. Os benefícios estão mais do que identificados. Para as empresas e para o país. O que ainda nos faltará para passar para o próximo nível?