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85% das cidades mundiais assume enfrentar riscos ambientais, mas só metade avalia vulnerabilidades

Estudo da CDP – Disclosure Insight Action inclui Lisboa, Porto, Guimarães, Braga e Cascais entre as cidades expostas a riscos ambientais. A nível global, 40% faz avaliações para adequar capacidade de resposta.
22 Outubro 2019, 01h00

Lisboa, Porto, Guimarães, Braga e Cascais estão entre as cidades mundiais que já estão a ser afetadas pelas alterações climáticas, segundo a organização CDP – Disclosure Insight Action. Num estudo divulgado esta terça-feira, a plataforma de divulgação ambiental conclui que apenas metade das cidades mundiais está a analisar as vulnerabilidades para determinar a capacidade de resposta aos riscos.

A CDP explica que das 620 cidades a nível global que reportaram informações ambientais, 85% já enfrentam riscos nesta área. No entanto, destas 40% concluíram avaliações de vulnerabilidade.

Entre os três principais riscos ambientais a nível global as inundações (71%), calor extremo (61%) e secas (36%) lideram a tabela. “Os riscos sociais reportados incluem aumento do risco para populações já vulneráveis (40%), aumento da procura de serviços públicos, incluindo saúde (33%) e aumento da incidência e prevalência de doenças (25%)”, explica a CDP.

“As cidades que realizaram avaliações de vulnerabilidade têm duas vezes mais hipóteses (2,7x) de reportar riscos a longo prazo e estão a executar, em média, quase seis vezes (5,7x) tantas ações de adaptação do que as cidades sem avaliações de vulnerabilidade, o que significa que  estão melhor preparadas para melhorar a resiliência”, explica o estudo.

Entre as cidades portuguesas analisadas, várias reportam riscos ambientais, mas também fazem avaliações de vulnerabilidades. Guimarães é a que apresenta maior número de riscos identificados: ondas de calor, deslizamento de terras, vento severo, condições extremas de inverno, tempestades, inundações fluviais e incêndios florestais.

Também para Lisboa e Cascais são identificados riscos. A capital portuguesa está exposta a ondas de calor, inundações, seca, vento severo e tempestades, enquanto Cascais pode sofrer ondas de calor, seca, inundações fluviais, incêndios florestais e inundações costeiras.

Na cidade do Porto os riscos podem chegar de inundações costeiras, deslizamentos de terra, ondas de calor, aumento de tempestades e inundações, enquanto Braga está exposta a risco de inundações, inundações fluviais, dias de calor extremo e vento severo.

“Das inundações aos incêndios florestais, os impactos das alterações climáticas já estão a ser sentida nas maiores cidades do mundo”, refere Kyra Appleby, diretor global da área de cidades, Estados e regiões da CDP. “É vital que as cidades ajam para terem resiliência e proteger os cidadãos dos impactos das alterações climáticas. Todas as cidades devem realizar avaliações abrangentes de vulnerabilidade. Só então as cidades poderão planear o novo normal causado pelas alterações climáticas”, considera.

Cidades portuguesas que fazem avaliações de vulnerabilidades: 

Águeda
Ilhavo
Câmara de Lobos
Cascais
Castelo Branco
Lisboa
Porto
Faro
Guimarães
Mirandela
Montalegre
Santarém
Torres Vedras

(Atualizado com a lista das cidades portuguesas que tomam medidas para avaliação de vulnerabilidades)

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